Robô bebé? Universidade holandesa anuncia primeiros robôs que procriam

"Cria robô" nasce através de uma impressora 3D, à qual os pais submetem as "informações de ADN"
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Um grupo de investigadores da universidade de Amesterdão, na Holanda, garante que conseguiu tornar ficção científica em realidade. Como? Construindo robôs que são capazes de se "apaixonar" e procriar. Os filhos, explicam, "nascem" através de uma impressora 3D que imprime os módulos que compõem o robô bebé a partir do material genético dos pais, ou seja, do código e do hardware partilhado por ambos.

Levou um ano e meio até que Guszti Eiben, o responsável pelo projeto da universidade holandesa, e a sua equipa, conseguissem que os robôs completassem o ciclo de vida, do nascimento à reprodução. "Este avanço é um passo importante para a evolução industrial e pode ter um papel importante, por exemplo, na colonização de Marte", indica o comunicado que anuncia o sucesso do projeto.

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Tudo começa, na prática, com dois robôs modulares - não são humanoides - capazes de se movimentarem e que são "treinados" pelos cientistas para se deslocarem até uma luz vermelha. Os dois que fazem o trajeto mais rapidamente podem contactar um com o outro e avaliar se são compatíveis, através de vários "encontros românticos". Se decidirem procriar, usam o wi-fi para submeter o seu material genético - ou seja, código e hardware com que funcionam - para uma impressora 3D, e aguardam o nascimento do "robô bebé".

Durante o processo de reprodução, as características dos pais são combinadas aleatoriamente, incluindo o software - o cérebro - e o hardware - o corpo. Após o "nascimento" - a impressão do robô bebé - o recém-nascido passa por um período de aprendizagem que, a ter sucesso, permitir-lhe-á tornar-se adulto e, eventualmente, pai de mais um robô. O líder do projeto sublinha: "os robôs que evoluem podem adaptar-se ao seu ambiente e lidar com situações imprevistas. Os corpos, cérebros e comportamentos são constantemente testados pelo ambiente e as características úteis são amplificadas nas gerações futuras. Esta tecnologia abre novas perspetivas para a robótica, inteligência artificial, investigação espacial e até para a biologia".

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