Rio não quer diretas nas datas que propôs. Quer garantir ser líder caso haja legislativas
O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou esta tarde, no Parlamento, que os conselheiros do seu partido devem "ponderar muito bem" em marcar as eleições diretas sociais-democratas ainda este ano, tendo em conta a situação política atual.
"Se o Orçamento do Estado não passar", afirmou Rui Rio, existe a possibilidade de eleições antecipadas. "Há aqui um facto político importante", acrescentou.
Estas declarações são feitas minutos depois de o próprio Rui Rio ter proposto as diretas para o dia 4 de dezembro. "Fizemos a proposta, cumprimos a nossa obrigação", justificou o presidente social-democrata. "Mas acho que os conselheiros devem ponderar bem" se de facto querem levar o seu partido a eleições.
Para Rio, "as diretas podem realizar-se em janeiro ou fevereiro".
Caso "se tivermos eleições legislativas, os portugueses querem com certeza um PSD a funcionar normalmente".
Assim, caso haja legislativas antecipadas, Rui Rio quer garantir que será líder do partido nessas eleições.
Até porque, afirmou, não apenas se sente capaz de ser primeiro-ministro, como "ainda mais depois das autárquicas".
Questionado sobre se o PSD poderia ponderar viabilizar o Orçamento caso não seja possível uma maioria de esquerda no Parlamento, Rio afastou esta hipótese: "Quem abre uma crise ou não abre uma crise é o PS, o BE, não somos nós".