Revigorado CDUL bate líder Agronomia "sem" chutador
Foi um renascido e revigorado CDUL que este sábado, no seu Estádio Universitário de Lisboa, impôs ao líder Agronomia a sua terceira derrota na prova, por 15-14. Mas não obstante toda a entrega e muito melhor fio de jogo dos campeões nacionais relativamente a tempos recentes, e que os levou até a fazer a melhor exibição da época, é indesmentível que a saída por lesão aos 33" do médio de abertura agrónomo José Rodrigues, maestro e eficaz chutador aos postes dos da Tapada, acabaria por ser determinante para o desfecho final. Basta referir que o seu substituto nos pontapés, o jovem João Lima, falhou as últimas quatro tentativas que dispôs! E bastaria só uma delas ter sido convertida (uma foi ao poste e outra, frontal, era um autêntico penalty) para a equipa de Frederico Sousa ter saído com o triunfo no bolso.
Agronomia entrou melhor e cedo fez 3-0 através do pé de Rodrigues. Mas o CDUL logo tomou as rédeas do jogo e aos 8", naquela que foi a mais longa sequência de fases de toda a temporada para os universitários (!), o ponta Joe Marston materializava um largo período de domínio.
A equipa de Jack Farrer mostrava-se mais solta, com os jogadores bem metidos no jogo e com maior compromisso, com uma mêlée finalmente sólida e touches onde Tiago Girão foi rei e senhor, não dando espaços e roubando a bola a agrónomos (o perigoso ponta Pena Monteiro passou os 80" a ver jogar, sem tocar na oval e bem poderia ter metido o dia para fazer uma compras) que surgiram um pouco aburguesados, talvez a pensar ainda nos 34-0 com que brindaram o rival na Tapada há semana e meia. Pois é, mas os jogos não se repetem
Até ao intervalo, e para lá de algumas devastadoras trocas de pés do abertura neozelandês do CDUL Otumaka Mausia e da lesão muscular do influente José Rodrigues, referência apenas para as três penalidades convertidas por Rodrigues, João Lima e, no último lance da 1.ª parte, por Jorge Abecassis, para 9-8 favoráveis aos forasteiros.
A 2.ª parte começou com o poderoso Mausia a rasgar a defesa da Tapada de alto a baixo com duas fabulosas trocas de pés (nem o mar vermelho se abriu assim diante de Moisés) lançando Sebastião Villax para o ensaio que fazia 15-9. E pouco depois só uma enorme placagem do defesa Manuel Cardoso Pinto evitou que Hamish Graham marcasse o terceiro da equipa da casa que jogava, finalmente, cheia de confiança e ambição. À campeão
Finalmente aos 53' Cardoso Pinto lá recebeu uma bola ainda no seu meio-campo e, com espaço para progredir, não se fez rogado. Em estonteante slalom gigante passou por equipa e meia adversária, deu a Murteira que transmitiu a Meli para fijiano fazer um belíssimo ensaio não convertido que colocava o resultado em 15-14.
A partir daí e perante o baque físico do CDUL, Agronomia pegou por fim no comando do jogo, mas em vez de zapping desatou a criar problemas na defesa adversária que os foi resolvendo a contento. Mas sendo obrigada a fazer muitas faltas que até valeram um amarelo a Gonçalo Foro. E aí entraria em ação João Lima que, para lá da conversão falhada, ainda desperdiçou três penalidades de rajada (uma acertou no poste!).
E, pergunta-se, perante o evidente nervoso do jovem jogador não teria sido avisado, por parte da equipa técnica agrónoma, tentar outro pontapeador? Havia várias opções
Entretanto o Belenenses confirmou a sua excelente época ao ir até Monsanto vencer Direito por claros 18-3. Os azuis dominaram claramente a partida através do labor do seu mais forte pack avançado diante de uma dizimada equipa advogada que mais parece uma sala de enfermaria em período de gripe (hoje foi Vasco Fragoso Mendes a engrossar a longa lista de indisponíveis).
Ao intervalo o quinze de João Mirra já ganhava por 12-3 com ensaios de Duarte Azevedo e Rodrigo Marta e na 2.ª parte, mesmo quando jogou em inferioridade por amarelo a Hugo Valente, nunca perdeu o comando do jogo. Domínio que se acentuaria quando viu os rivais ficarem reduzidos a 14 por vermelho ao experiente Vasco Uva. E duas penalidades do eficaz João Freudenthal selavam aquele que foi um dos mais fáceis e claros triunfos azuis no tradicionalmente malfadado (para o Belém) campo de Monsanto.
Mas a surpresa da ronda viria de Taveiro onde a Académica derrotou o Cascais por 21-12 no Sérgio Conceição, conseguindo a sua segunda vitória na prova e, tal como a primeira, de novo em casa. Numa partida equilibrada a equipa da Linha teve alguma superioridade, mas os pretos mostraram-se sempre muito coesos a defender não tenho concedido qualquer ensaio pela primeira vez na época!
A equipa de Tomaz Morais esteve na frente até ao derradeiro lance do 1.º tempo jogado quase sempre fora das áreas de 22 e marcado por trocas de pontapés (9-6), quando António Salgueiro fez o ensaio da reviravolta ao intervalo (11-9). Na etapa complementar Cascais continuou a mandar mais no jogo mas nova penalidade caseira e uma interceção de Sérgio Franco seguida de sprint de 80 metros (conhecida marca registada à la Serginho) acabaria por selar uma vitória surpreendente mas conquistada à custa de muita alma, grande atitude e litros de suor.
Classificação do grupo A estando em atraso o jogo CDUL-Belenenses que será realizado na 4.ª feira, pelas 21.00 no EU Lisboa: Agronomia, 22 pontos; Belenenses, 21; Cascais, 19 pontos; CDUL, 14; Direito e Académica, 9.
A prova é agora interrompida por três semanas por compromissos da seleção nacional estando apenas de regresso a 17 de fevereiro.