Retiradas embalagens de Ariel com alusão a código neonazi

A empresa multinacional norte-americana Procter & Gamble reconheceu hoje que preparou uma campanha publicitária para o seu popular detergente Ariel que continha inadvertidamente um código neonazi, acabando por retirar as embalagens.
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A companhia disse que interrompeu no início da semana a distribuição das embalagens assinaladas com uma 'tshirt' branca e o número "88" em grandes carateres negros, após uma vaga de protestos em diversos 'media', em particular nas redes sociais.

O número 88 é utilizado pela extrema-direita alemã para significar a saudação nazi "Heil Hitler", porque a letra H é a oitava letra do alfabeto, uma vez que na Alemanha existem leis muito estritas sobre a proibição de frases ou símbolos.

As críticas também se dirigiram à frase publicitária "nova concentração", e que evocaria os campos de extermínio nazis, para além das semelhanças de Ariel com a palavra 'ariano', que os nazis usavam para designar a raça superior.

A P&G Alemanha, a sucursal germânica da companhia, respondeu no Twitter a um dos textos publicados na rede: "Um claro NÃO à ideologia de extrema-direita -- as embalagens da Ariel com um ambíguo e não pretendido "88" deixaram de ser comercializadas desde segunda-feira".

Uma porta-voz da P&G assegurou que nunca foi equacionada a conotação que o número poderia sugerir na Alemanha.

"Pretendíamos anunciar 83 mais 5, as cinco lavagens extra para além da 83 que surgia habitualmente na embalagem", disse à agência noticiosa alemã DPA.

No mês passado, uma loja alemã foi forçada a pedir desculpa por vender chávenas de café com a imagem de Adolf Hitler, que terá encomendado inadvertidamente a um fornecedor chinês.

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