"A AHRESP não é favorável, sempre foi contra qualquer tipo de taxas turísticas, deixa claramente a sua oposição e preocupação nesta matéria e é preciso por um travão a isto, porque nós precisamos de competitividade internacional para continuar a ter turistas. Isto não são ondas permanentes. É porque temos qualidade na nossa oferta e preços também na nossa oferta", afirmou José Manuel Esteves, secretário-geral da AHRESP - Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal..José Manuel Esteves destacou que "há ovos de ouro e todos são tentados", mas "é preciso ter muito cuidado", porque a aplicação da taxa turística por municípios e a criação de outras taxas até por freguesias pode vir a matar "a galinha dos ovos de ouro" que tem representado o turismo em Portugal..O responsável da AHRESP salientou os bons resultados que o setor turístico está a atingir, exemplificando que em março passado as receitas relativas a turistas estrangeiros subiram 8,4% no período homólogo e 11,7% em relação ao mês anterior, num total de 850 milhões num mês, o que "é relevantíssimo".."Isto é uma tentação para toda a gente. E depois há aqueles irresponsáveis que, com desculpas, aproveitam para resolver os seus problemas e não só, para fazer mal. Por um lado temos o Governo a esforçar-se positivamente na carga fiscal e até na sua estratégia política. (...) Por outro lado temos as autarquias e agora uma nova epidemia que está a surgir, que são as juntas de freguesia, a carregarem sem pesar nas empresas. São taxas, são impostos, custos de contexto no dia-a-dia", criticou.."Temos que estar atentos e não permitir que haja 308 visões, porque Portugal já é tão pequenino e precisa de estar unido para ser uma oferta consistente e concorrente internacionalmente", acrescentou..José Manuel Esteves destacou que, além de Lisboa, onde a taxa começou a ser aplicada, agora também já existe em Cascais e são "várias as autarquias que se vão chegando discretamente", como o Porto e Vila Real de Santo António, acreditando que, "depois das eleições autárquicas, vão surgir pressões nesta matéria"..O responsável acrescentou que a associação é também contra a 'flat rate', a denominada taxa turística única - na qual um hotel de cinco estrelas é taxado na mesma proporção do que um 'hostel' - por representar "uma injustiça"..Também o presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, salientou que "sempre manifestou a sua discordância para com a criação de taxas turísticas (alojamento, entradas, etc.)" e que não mudou de ideias..Francisco Calheiros considerou que estas taxas são "mais um imposto, aplicado de forma unilateral, para resolver problemas financeiros das entidades emitentes".."Os agentes públicos do turismo devem é estar concentrados na criação de condições favoráveis ao desenvolvimento da atividade e não na aplicação de taxas, mais ainda quando estas receitas não estejam alocadas a projetos turísticos ou a medidas com impacto para a respetiva região", considerou, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.