Ressonância magnética mais pequena no mundo ajuda bebés prematuros

Existem apenas dois aparelhos e um deles é usado num hospital inglês. Ressonância permite ter imagens dos cérebros dos bebés prematuros
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Existem apenas duas no mundo. São aparelhos de ressonância magnética (RM) criados especialmente para recolher imagens de bebés prematuro. Uma delas funciona no hospital Royal Hallamshire, em Sheffield, Inglaterra, e já foi usada em 40 bebés.

Os médicos de Sheffield são pioneiros no uso desta tecnologia que permite ter melhores imagens das estruturas do cérebro e de possíveis anomalias que possam existir. A alternativa usual é o recurso às ecografias, que permite ter imagens porque os ossos do cérebro ainda não completamente fechados.

A BBC conta no seu site o caso do Alice-Rose, uma bebé que nasceu às 24 semanas de gestação com dois derrames no cérebro. Ao jornal inglês, o pai, Shaun Westbrook, afirmou que a RM foi muito útil. "Mostrou uma imagem muito mais clara e percetível do que a ecografia", disse. Palavras reforçadas pela mãe, Rachael: "Desde que a Alice-Rose nasceu a 6 de novembro tem sido uma montanha russa. Nem tudo estava devidamente formado e ela ainda só pesa 1,280 gramas. A RM garantiu que temos uma melhor imagem do seu cérebro".

Paul Griffiths, da Universidade de Sheffield, explicou ao jornal que a ecografia é mais barata e fácil de transportar, mas não permite ter uma visão total. "A RM permite ver todo o cérebro e a anatomia circundante, tornando as imagens mais fáceis de explicar aos pais, em particular as lesões que possam resultar da falta de oxigénio ou de sangue", explicou o responsável.

"As RM são aparelhos enormes, pesados, que estão nos hospitais em pisos térreos quando as maternidades estão por norma em pisos acima ou no edifício diferente. O que torna complicado fazer o exame", disse Paul Griffiths. A mini RM não é muito maior que uma máquina de lavar e está perto dos cuidados intensivos. O modelo foi originalmente desenvolvido há mais de uma década por Paul Griffiths e Martin Paley, também ele da mesma universidade.

A outra RM está em Boston, Estados Unidos, mas não está a ser usada. Nenhum dos aparelhos foi aprovado para uso clínico, sendo apenas uso para investigação. Paul Griffith disse à BBC que o próximo passo será avançar com um ensaio clínico para mostrar que as RM para bebés consegue dar melhor imagem e produzir melhores diagnósticos.

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