Republicanos em perda. Para Trump foi "a maior derrota da história do mundo"

Os democratas venceram no Kentucky ao governador republicano apoiado pelo presidente e assumiram o controlo da câmara e do senado na Virgínia. Para Donald Trump a derrota no Kentucky era uma "mensagem má".
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As eleições foram estaduais mas tiveram significado nacional, até porque Donald Trump fez questão que assim fosse, num momento em que se desenrola o processo de destituição do presidente no Congresso.

Um comício na véspera com a participação de Donald Trump não foi suficiente para a reeleição do governador do Kentucky Matt Bevin. Para o seu lugar irá o procurador-geral democrata Andy Beshear, cujo pai, Steve, foi o último governador democrata do estado, graças a uma estreita vitória sobre o republicano.

Em Lexington, na segunda-feira à noite, Donald Trump fez um apelo à sua base: "Vocês vão enviar uma grande mensagem ao resto do país. É tão importante. Vocês têm de falar com os vossos amigos e têm de ir votar. Porque se perderem vão enviar uma mensagem má e eles [media] (...) vão dizer 'Trump sofreu a maior derrota da história do mundo'. Vocês não podem deixar isso acontecer-me."

Trump venceu o Kentucky por uma margem de 30 pontos percentuais a Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016. Na semana anterior, uma sondagem dava um avanço de Bevin sobre Beshear em 5% nas intenções de voto.

A leitura de Trump é outra. Foi graças a ele que Bevin recuperou pelos menos 15 pontos percentuais, "mas talvez não tenha sido suficiente (as fake news vão responsabilizar Trump!)", escreveu no Twitter.

A vitória de Beshear pode reforçar a esperança dos democratas em vencer a corrida para o lugar de senador, no próximo ano, que é neste momento ocupado pelo líder da maioria do Senado, Mitch McConnell.

Vitória simbólica

Na Virgínia, os democratas infligiram uma dupla derrota, ao conquistarem as duas câmaras da legislatura, o que vai dar aos democratas o controlo do governo estadual pela primeira vez em 25 anos.

Atribui-se um significado nacional à vitória nas legislativas deste estado, porque considera-se que o partido vencedor irá triunfar nas eleições presidenciais seguintes. Daí que a campanha tenha atraído muita atenção mediática, bem como dos candidatos democratas e do próprio partido, que financiou a campanha.

À campanha juntaram-se Joe Biden e Elizabeth Warren e outros candidatos com menores hipóteses como Kamala Harris, Cory Booker e Amy Klobuchar.

A conquista na Virgínia trará a possibilidade de os democratas poderem aprovar restrições à posse e porte de armas, bem como realizarem um novo mapa eleitoral.

Trump não se deslocou à Virgínia, onde os democratas tiveram ganhos em vários subúrbios do norte do estado.

No Mississípi, o republicano Tate Reeves derrotou o procurador-geral Jim Hood, um democrata que defende os direitos das armas e que se opõe aos direitos do aborto. Reeves fez campanha como um apoiante do presidente norte-americano, num estado em que que Trump ganhou com facilidade em 2016. O presidente realizou um comício de campanha na semana passada ao lado de Reeves.

Na Nova Jérsia também se realizaram eleições para a câmara do estado, tendo os democratas renovado a maioria.

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