Representantes do regime e da oposição na mesma sala

As delegações do regime sírio e da oposição síria no exílio concordaram reunir-se no sábado na mesma sala no âmbito das conversações de paz, divulgou hoje o mediador da ONU para o conflito na Síria, Lakhdar Brahimi.
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"Encontrei-me, separadamente, com as delegações da oposição e do governo na quinta-feira e hoje novamente, e amanhã [sábado], esperamos, vamos reunir na mesma sala", afirmou o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a crise síria, em declarações à comunicação social na sede da ONU em Genebra.

As duas delegações tinham uma reunião agendada para hoje, mas o encontro foi cancelado à última da hora.

Quando questionado pela imprensa se tinha a certeza que os emissários do Presidente sírio Bachar al-Assad e os membros da oposição no exílio tinham aceitado encontrar-se, no sábado, na mesma sala, Lakhdar Brahimi respondeu: "absolutamente".

"As duas partes vão estar lá amanhã [sábado] e vão reunir-se. Ninguém vai partir amanhã [sábado] e ninguém vai partir no domingo", acrescentou o diplomata, algumas horas depois da delegação do regime de Damasco ter ameaçado abandonar as conversações.

"A delegação oficial síria deixará Genebra se amanhã [sábado] não se realizarem sessões de trabalho sérias, dado que a outra parte [a oposição] tem sido pouco séria e pouco preparada" para as conversações de paz, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem, citado pela televisão estatal síria.

Durante a conferência de imprensa na ONU, Lakhdar Brahimi apelou ainda à ajuda "de todos os países que têm influência", numa referência à Rússia, aos Estados Unidos, aos europeus e às monarquias do Golfo, para "fazer avançar o processo" de forma a encontrar uma solução para o conflito sírio que já fez mais de 130 mil mortos desde março de 2011.

"Sabemos que seria difícil, complicado", acrescentou o enviado especial.

As conversações de paz, denominadas Genebra II e iniciadas na quarta-feira em Montreux, foram marcadas até agora por críticas e acusações entre os representantes do regime e os da oposição.

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