O presidente da União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira percorre as 30 localidades da sua freguesia a ajudar as populações e diz que o fogo, na sua freguesia, "defende-se na casa dos outros".."Ando no terreno desde sábado às 17:00, quando o fogo passou a barragem de Castelo do Bode e entrou no concelho de Vila de Rei", explicou à agência Lusa José Fernando Martins..O autarca diz que se rege por uma máxima: "O fogo no meu concelho e na minha freguesia defende-se na casa dos outros"..Apesar do trabalho feito no terreno, no concelho vizinho de Vila de Rei, José Fernando Martins explica que, infelizmente, não foi possível evitar que as chamas se propagassem a Mação..Desde a manhã de terça-feira, já em Mação, o autarca tem andado com quatro equipas de viaturas todo o terreno, a combater as chamas, a levar alimentação aos bombeiros e a tranquilizar as populações das 30 localidades que integram a sua autarquia, ou seja, metade do concelho de Mação.."Estamos constantemente a pedir meios, não se conseguiram os necessários, mas conseguimos bombeiros para junto das casas", explica..Enquanto falava com a agência Lusa, na aldeia de Aboboreira, uma enorme coluna de fumo negro surgiu no horizonte..De imediato, o autarca entra na sua viatura e sai a grande velocidade, com uma viatura todo o terreno atrás, equipada com um 'kit' de primeira intervenção, em direção à aldeia de Serra..Um reacendimento surgiu junto aquela localidade e, mais uma vez, José Fernando Martins ali estava na companhia do jovem voluntário Filipe Santos..Feitos os primeiros contactos, surge a GNR no local e, como não chegam bombeiros, a viatura todo o terreno entra em ação para evitar que as chamas tomem maiores proporções e se dirijam em direção à aldeia de Serra..O autarca explica que na tarde de quarta-feira, "as mangueiras da viatura arderam quando o fogo entrou descontrolado em Queixoperra e, num momento de aflição, a fuga foi feita sem recolher as mangueiras e partiu-se o motor da moto-bomba".."Ficámos com menos um equipamento para ajudar as aldeias. Andámos toda a noite e o único descanso que tivemos desde sábado foi esta manhã entre as seis e as nove horas"..Após esse curto período, o autarca e os voluntários que andam com os carros todo o terreno conseguiram colocar novamente a viatura operacional.."Fomos à oficina da câmara, retirámos as peças necessárias e recuperámos a viatura", disse..José Fernando Martins desapareceu por entre o pinhal com a viatura todo o terreno e, na companhia do jovem Filipe Santos e de vários populares, sem a ajuda de outros meios, lá foram tentar controlar as chamas e evitar que estas acabassem por destruir o único pedaço verde que sobreviveu até agora ao fogo, junto à localidade de Serra.