Foi ali que vieram parar tanta água, sumos, alimentos e roupa doados por pessoas e empresas que tiveram que alargar para três locais de armazenamento..A funcionária autárquica Andreia Vilar, que já foi bombeira e desde sábado não sabe o que é dormir mais do que meia hora de seguida, recebe chamada atrás de chamada e procura manter a funcionar a máquina montada para assegurar que ninguém fica sem comer, beber ou descansar, desde garantir que há taças da sopa, a camas de campanha feitas de lavado e colchões para os bombeiros dormirem no seu período de descanso..Um colega seu, Jorge Lucas, coordena os jovens voluntários que no armazém organizam 'kits' de refeição para os bombeiros no terreno: sacos com fruta, barras energéticas, fruta.Daniela Silva, Carolina Mora, Beatriz Lopes, Andreia Barata e David Silva, todos adolescentes, têm passado os dias e as noites a trabalhar para que nada falte a quem tem tentado conter a violência do incêndio que devastou centenas de quilómetros quadrados do centro do país..Jorge Lucas disse à agência Lusa que a operação tem dependido do voluntariado de pessoas da terra, escoteiros, pessoas de fora e até estrangeiros que foram chegando a Góis para tentar ajudar..Misericórdia, instituições de solidariedade social, associações de juventude, todos contribuíram, quer com produtos, quer com mão de obra..O pavilhão Gimnodesportivo tem servido de dormitórios e a Casa da Cultura, estiveram algumas das pessoas das aldeias evacuadas por precaução, e até lhes proporcionou uma sessão de cinema com um filme português dos anos 40..Os organizadores recorreram às redes sociais para pedir produtos específicos e nada faltou: pediram produtos de higiene e ficaram inundados de gel de banho, pediram bebidas energéticas e receberam tantas que tiveram que lançar uma nova mensagem a dizer que já chegava.."Góis portou-se bem", reflete Jorge Lucas, antes de começar a organizar nova distribuição de comida e bebida, a tempo dos mais de mil jantares que vão ter que garantir.