Reparação deficiente na origem de acidente com Prestige

Um engenheiro naval afirmou hoje que o acidente com o petroleiro "Prestige", ocorrido na Corunha (Galiza, Espanha) em novembro de 2002, foi uma consequência de uma reparação deficiente do navio realizada na China em 2001.
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Charles Cushing, autor de um relatório oficial sobre o acidente que provocou a pior maré negra da história de Espanha, apresentou hoje o documento diante do tribunal da Corunha que está a julgar os danos ambientais do acidente.

O perito recordou que em 2001 o "Prestige" foi submetido a uma reparação "deficiente" num estaleiro chinês, indicando que o navio "saiu [do estaleiro] em condições piores do que quando chegou".

Cushing referiu um conjunto de irregularidades cometidas durante a reparação, incluindo a substituição de peças, garantindo ainda que a corrosão da chapa da embarcação "era excessiva e ultrapassava os níveis aceitáveis".

O engenheiro naval assegurou que o motivo do acidente do "Prestige", que se afundou depois de ficar à deriva no dia 13 de novembro de 2002 e de se ter partido em dois, foi a rutura de uma antepara dos tanques do petroleiro, responsabilizando o capitão da embarcação pela falta de manutenção.

"O acidente ocorreu por causa da perda de força da embarcação provocada pelo colapso da antepara central", disse o perito.

O julgamento do caso "Prestige", que arrancou em outubro de 2012, está há várias semanas a analisar provas periciais solicitadas pelas partes envolvidas no processo.

O acidente provocou o derramamento de cerca de 50.000 toneladas das 77.000 toneladas de fuelóleo que o "Prestige" transportava.

As praias e as zonas rochosas da Galiza, Astúrias, Cantábria e França foram atingidas por uma maré negra e mais de 300.000 voluntários de todo o mundo participaram na limpeza das praias e no resgate dos animais afetados.

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