Renzi acossado perde para Grillo em quatro sondagens

Movimento 5 Estrelas ganharia facilmente as eleições nacionais face ao Partido Democrático, com problemas com aliados da coligação
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Após o sucesso nas eleições locais do mês passado, o Movimento 5 Estrelas (M5E), fundado pelo comediante Beppe Grillo, é agora o partido mais popular em Itália e, se as eleições fossem hoje, venceria sem problemas o Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Matteo Renzi. Quatro sondagens já dão a vitória à formação antissistema, numa altura em que o chefe do governo enfrenta problemas na coligação e arrisca a carreira num referendo sobre a reforma constitucional, previsto para outubro.

Segundo uma sondagem Ipsos, divulgada pelo Corriere della Sera, o M5E tem o apoio de 30,6% dos italianos face a 29,8% do PD. Em janeiro, o partido de Renzi tinha uma vantagem de seis pontos percentuais. Outras duas pesquisas de opinião conhecidas nesta semana, da Euromedia e da EMG, também dão vantagem ao M5E, mas inferior ainda a um ponto percentual. Na semana passada, uma sondagem Demos mostrava que o partido de Grillo tinha 32,3% das preferências contra 30,2% do liderado por Renzi.

A situação é ainda pior para o primeiro-ministro já que, no caso de uma segunda volta (pela nova lei eleitoral será necessária se nenhum obtiver mais de 40% dos votos), o M5E derrotaria o PD por dez pontos. Nas eleições locais, em junho, o movimento de Grillo venceu em 19 das 20 cidades em que houve segunda volta. Uma dessas vitórias foi em Roma, com Virginia Raggi a impor-se ao candidato do PD.

Raggi faz parte da nova geração que está a assumir as rédeas do partido, prevendo-se que Luigi di Maio, vice-presidente do Parlamento, de apenas 30 anos, seja o candidato às próximas eleições gerais. Grillo promete convocar um referendo sobre o euro se vencer. As eleições estão previstas para 2018, mas o governo poderá cair ainda antes.

O primeiro-ministro ameaçou demitir-se caso saia derrotado do referendo sobre a reforma constitucional, em outubro. O M5E e os outros partidos da oposição vão fazer campanha contra. "O referendo não é crucial para o destino de um indivíduo, mas para a credibilidade futura da classe política italiana", disse Renzi na segunda-feira.

Mas o governo pode cair antes, por problemas dentro da coligação. Deputados da Nova Centro-Direita, do ministro do Interior Angelino Alfano, ameaçam juntar-se à oposição, o que poderia dificultar a aprovação de leis no Parlamento. Alfano está com problemas, acusado de favorecer o irmão, contratado para os serviços postais italianos. O ministro nega interferência, mas os opositores pedem a demissão e, se cair, o governo poderá não sobreviver.

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