Renúncia do Papa debilita a Igreja, diz Cardeal australiano

O cardeal australiano George Pell criticou a decisão de renúncia do papa Bento XVI, por considerar que esta debilita a igreja católica, e defendeu um pontificado mais forte, publicou hoje a imprensa australiana.
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"As pessoas que, por exemplo, possam estar em desacordo com o futuro papa montarão uma campanha para obrigá-lo a renunciar", disse Pell numa entrevista gravada em Roma e reproduzida pelo diário Sydney Morning Herald.

Pell, que foi próximo de Bento XVI durante o seu percurso na Congregação da Doutrina da Fé e que o apoiou no conclave que o elegeu papa em 2005, indicou que o pontífice é um professor brilhante com pouco talento para o governo.

"Ele conhece muito bem a teologia, mas penso que prefiro alguém que possa dirigir a igreja e recuperar a unidade", declarou o cardeal australiano.

Pell, arcebispo de Sydney, será o único cardeal australiano no conclave que elegerá o novo pontífice.

A 11 de fevereiro, Bento XVI anunciou a resignação, a partir de hoje, devido "à idade avançada".

A partir de sexta-feira, os cardeais vão reunir-se em "congregações" para identificar as prioridades da Igreja e selecionar os candidatos a papa.

Depois do "motu proprio", publicado na segunda-feira por Bento XVI, os cardeais podem decidir, por meio de voto, antecipar o conclave para permitir ao novo eleito uma melhor preparação para a Páscoa, a 31 de março, uma celebração muito importante para 1,2 mil milhões de católicos.

O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).

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