Renúncia de Bento XVI atrapalha campanha eleitoral
A apenas dez dias das eleições legislativas, a campanha eleitoral italiana foi completamente ofuscada pela inesperada decisão de Bento XVI. "A primeira reação dos políticos italianos após a renúncia do Papa foi: 'Meu Deus, agora vamos desaparecer dos jornais e da televisão'", afirmou um colunista do jornal italiano La Stampa, sublinhando a influência que a decisão de Joseph Ratzinger teve na política italiana.
De acordo com vários analistas políticos, citados pela AFP, a renúncia do Papa poderá ter um impacto significativo sobre as eleições, contrariando a ascensão de Silvio Berlusconi nas sondagens.
Vários meios de comunicação italianos já deitaram mesmo a campanha eleitoral por terra, dando-a como "consumada". No entanto, a renúncia de Bento XVI não afetará somente a campanha, mas também o inicio da legislatura italiana, já que os primeiros dias do novo parlamento e do novo Governo de Itália - em meados de março - coincidem com o conclave de cardeais encarregues de eleger um novo Papa, uma prática secular, envolta em segredismo, que continua a fascinar o mundo.
Todos os principais candidatos, atentos ao voto católico, já se pronunciaram sobre a decisão de Bento XVI, sem nunca a condenarem. Mario Monti, primeiro-ministro demissionário, considerado o candidato mais próximo da Igreja fez questão de distinguir as duas áreas. "Deixem o sagrado e o profano das eleições separados um do outro", afirmou.