Rendeiro garante: "Eu não vou regressar a Portugal"
A passagem de João Rendeiro pela sala do tribunal de Verulam, esta terça-feira, foi rápida. A saída uma declaração aos jornalistas: "Eu não vou regressar a Portugal".
A sessão foi novamente adiada, para esta quarta-feira, depois da defesa ter pedido mais tempo para apresentar o requerimento de libertação sob fiança.
Antes desta presença na sala de audiências, a equipa de defesa de João Rendeiro anunciou que iria pedir a transferência para outra prisão, depois de o ex-banqueiro ter recebido ameaças de morte, mas, segundo avançou a CNN Portugal, Rendeiro passar esta noite novamente na prisão de Westville.
"Como resultado das notícias" nos órgãos de informação, "ele [João Rendeiro] está a receber ameaças de morte", tinha referido a advogada June Marks, à Lusa, explicando que "os outros prisioneiros ouvem as notícias na rádio".
June Marks acrescentou: "Vamos pedir a transferência" do antigo presidente do BPP. Mas essa transferência terá sido então recusada.
A cadeia de Westville, que alberga cerca de 40 mil reclusos, é a única na região de Durban. É também conhecida pelos diversos problemas de segurança. A defesa do ex-banqueiro preferia a transferência para uma esquadra da polícia de Durban North que, segundo a CNN Portugal, acabou por ser recusada.
Este foi o segundo dia em que João Rendeiro esteve na sala de tribunal, depois de na primeira presença perante o juiz, na segunda-feira, para legalizar a prisão preventiva, a defesa ter pedido liberdade sob fiança.
June Marks adiantou que preferia que o caso fosse transferido para Joanesburgo, ao ser questionada anteriormente pela Lusa sobre essa possibilidade, face à capacidade do tribunal de subúrbios de Verulam.
O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) foi preso no sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.
João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal, relativamente a três processos distintos relacionados com o colapso do BPP.
atualizado às 13.52