Miguel Relvas foi chamado pela acusação a depor no processo Portucale, caso relaccionado com um despacho assinado por Luís Nobre Guedes (ex-ministro do Ambiente), Carlos Costa Neves (ex-ministro da Agricultura) e Telmo Correia (ex-ministro do Turismo) poucos dias antes das eleições legislativas de 2005. .A referida autorização permitiu à Portucale, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), abater sobreiros na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente, com vista à construção de um empreendimento turístico. .Além do tráfico de influências no caso Portucale, o despacho de pronúncia do tribunal refere mais dois alegados casos de influência política: a alteração do Plano Director Municipal de Gaia e a aprovação de um empreendimento na Quinta do Montado, propriedade de um fundo de investimento imobiliário gerido pela ESAF - Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário. .Miguel Relvas foi interceptado em várias escutas telefónicas, algumas delas com Abel Pinheiro, ligadas à alteração do Plano Director Municipal de Gaia, um caso cujo desfecho terá tido alegadamente influência política. .No caso de Gaia, o despacho indica que a questão foi discutida entre o arguido Abel Pinheiro e Miguel Relvas, enquanto destacados elementos do CDS-PP e do PSD, e ainda o então dirigente socialista Jorge Coelho. .O Ministério Público considera, por isso, importante ouvir Miguel Relvas, cujo testemunho esteve inicialmente marcado para dia 27 de Abril, mas que depois foi adiado para quinta-feira..O principal arguido é o empresário Abel Pinheiro, administrador do grupo Grão Pará que está acusado por um crime de tráfico de influências e um crime de falsificação de documentos..Além do empresário, na altura ligado ao CDS-PP, são ainda arguidos Carlos Calvário, José Manuel de Sousa e Luís Horta e Costa (ligados ao Grupo Espírito Santo), António de Sousa Macedo (ex-diretor geral das Florestas), Manuel Rebelo (ex-membro da Direção-Geral das Florestas), António Ferreira Gonçalves (ex-chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo), Eunice Tinta, João Carvalho, Teresa Godinho e José António Valadas, estes últimos quatro funcionários do CDS-PP.