Relvas diz que função mais perigosa é a de líder da oposição

O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, defendeu na segunda-feira que a função "mais difícil e perigosa" da vida política nacional é a de "líder de oposição", especialmente quando se tem problemas "dentro de casa".
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"Há uma certeza que eu tenho, a função mais difícil e mais perigosa da vida política em Portugal é a de líder da oposição, porque os problemas nascem logo dentro de casa", afirmou o ministro durante um conturbado debate em Vila Nova de Gaia organizado na segunda-feira à noite pelo Clube dos Pensadores.

Relvas defendeu que "os líderes da oposição precisam de estabilidade para poder desempenhar a sua função", sendo "muito importante para os governos que os líderes da oposição tenham estabilidade para não só poderem construir pontes" como para "se assumirem como alternativa e encontrarem consensos".

"Um líder da oposição que tem problemas internos é um líder mais frágil para poder colaborar e poder chegar a entendimentos com os governos", acrescentou.

O debate ficou marcado logo no início por duas dezenas populares que interromperam o discurso de Miguel Relvas para cantar "Grândola Vila Morena" e lançarem críticas e insultos, acompanhados de cartazes de protesto.

Ao longo da noite, Relvas foi alvo de várias perguntas sobre o seu percurso académico, os automóveis do executivo, questionado sobre a sua coragem e integridade e até sobre "o que é preciso fazer para o Governo ir embora".

Sempre de sorriso nos lábios, o ministro respondeu que "a questão do Governo se ir embora é uma opção que os portugueses vão ter em 2015" e que "essa questão estará na mesa nessa altura e os portugueses vão saber se querem continuar com um caminho que lhes está a resolver parte dos problemas ou se querem ter mais do mesmo".

"Nós nunca dissemos que resolveríamos o problema do país no primeiro ou no segundo ano de mandato. O que pedimos é, acreditem que daqui a três anos, em 2015, quando terminarmos o mandato, Portugal estará melhor do que está hoje", frisou.

No final do aceso debate -- o "mais difícil" em sete anos de Clube dos Pensadores, admitiu o organizador, Joaquim Jorge --, Miguel Relvas confessou: "Seria mais confortável furtarmo-nos ao diálogo [mas] não é a atitude deste Governo".

Para o ministro esta "foi uma noite normal, igual a tantas outras" e até "já sabia que iria haver manifestações organizadas".

"Mas é a vida, temos que estar preparados para isso", rematou.

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