Relatório do inspetor-geral é "um desastre total" para FBI e ex-diretor da polícia federal
O Presidente norte-americano reagiu esta sexta-feira ao relatório oficial que na quinta-feira criticou duramente o desempenho do ex-diretor do FBI James Comey, afirmando que o documento é "um desastre total" para o ex-responsável e para a própria polícia federal norte-americana.
"O relatório do inspetor-geral [do Departamento de Justiça dos EUA, Michael Horowitz] é um desastre total para Comey, para os seus subalternos e, infelizmente, para o FBI (Federal Bureau of Investigation, FBI na sigla em inglês). Comey será lembrado oficialmente como o pior líder, de longe, na história do FBI. Prestei um bom serviço às pessoas ao demiti-lo. Bons instintos", escreveu Donald Trump, numa mensagem publicada esta sexta-feira de manhã na rede social Twitter.
O relatório de 500 páginas publicado na quinta-feira, que detalha a investigação feita pelo inspetor-geral Michael Horowitz, conclui que o então diretor da polícia federal norte-americana James Comey foi "insubordinado" e que quebrou "dramaticamente algumas normas" durante a investigação, realizada antes das eleições presidenciais de 2016, sobre a utilização de um endereço de correio eletrónico privado pela então candidata presidencial democrata Hillary Clinton quando detinha o cargo de secretária de Estado.
Apesar de apontar duras críticas aos procedimentos conduzidos por Comey, o relatório afasta a possibilidade do ex-diretor do FBI ter agido com base em motivos ou interesses partidários.
"Não encontrámos nenhuma evidência de que as decisões dos procuradores foram influenciadas por opiniões ou outras considerações inapropriadas", escreveu Michael Horowitz.
Quando faltavam apenas 10 dias para as eleições presidenciais, a 08 de novembro de 2016, Comey informou o poder legislativo de que tinha reaberto a investigação ao uso do correio eletrónico privado por parte de Hillary Clinton.
O inspetor-geral examinou durante 18 meses a coerência das políticas e dos procedimentos do FBI, depois de Comey ter dito, em 05 de julho de 2016, que a ex-secretária de Estado não deveria ser acusada, para mais tarde, em 28 de outubro, informar o Congresso de que ia reabrir a investigação.
Comey foi demitido de forma repentina, a 09 de maio do ano passado, numa altura em que estava a supervisionar uma investigação sobre os alegados contactos mantidos entre a campanha de Trump e a Rússia durante a corrida às presidenciais nos Estados Unidos.
Em junho do ano passado, no âmbito de uma audição no Congresso, James Comey confirmou, entre outros aspetos, que Donald Trump lhe pediu para abandonar a investigação sobre Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional envolvido no caso da alegada ingerência russa nas presidenciais de novembro de 2016.