Reivindicação de obras em escola motiva cordão humano
"Apenas estamos a lutar por um ensino público de qualidade em que haja igualdade para todos e igualdade de oportunidades. Esta escola ficou parada no tempo", defendeu hoje, à Lusa, a vice-diretora da Escola Secundária de Ermesinde, Ana Maria Cortez.
A responsável referiu que há salas e corredores em que chove, instalações elétricas e canalização obsoletas e equipamentos que nunca chegaram a ser entregues na escola pois estava prevista, em 2011, uma intervenção a cargo da empresa Parque Escolar, que não chegou a realizar-se.
"As infraestruturas precisam de uma intervenção profunda e não só de remendos que vamos fazendo aqui e ali. Não se pretende uma obra megalómana, mas é preciso atuar", disse Ana Maria Cortez.
Interpretando os lamentos da comunidade escolar foi agendado para sexta-feira, pelas 10:00, simbolicamente no último dia de aulas deste ano letivo, um cordão humano que a câmara municipal tem expectativa que reúna milhares de pessoas.
Ana Maria Cortez confirmou que a Junta de Freguesia de Ermesinde, a Associação de Pais, bem como muitos ex-alunos e membros das forças vivas de Ermesinde já manifestaram a sua "solidariedade" e prometeram engrossar o protesto.
Também autarcas de Valongo, nomeadamente da CDU, pela voz do vereador Adriano Ribeiro, têm vindo a divulgar esta iniciativa.
"Em maio de 2012, em resposta a requerimento do PCP na Assembleia da República, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de apresentar no prazo de seis meses uma proposta para as escolas ainda por intervencionar. O facto é que já decorreram dois anos e não é ainda conhecida a intenção do Governo em relação ao futuro das escolas nesta situação, na qual se inclui a Escola Secundária de Ermesinde", refere a nota remetida pela CDU às redações.
A 13 de maio, em declarações à Lusa, o vereador da Educação da câmara de Valongo, Orlando Rodrigues, contou que a autarquia havia pedido, em novembro, uma reunião, "de carater urgente" ao secretário de Estado, mas não tinha obtido resposta.
A esta diligência junta-se uma carta enviada ao Conselho Metropolitano do Porto e à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) com a indicação de que as obras nesta escola são "prioritárias".
"Valongo foi o único concelho da Área Metropolitana do Porto que não teve intervenção da Parque Escolar. Não percebemos o porquê desta desconsideração", disse Orlando Rodrigues.
De 07 de abril data a visita de uma comitiva do PSD a esta escola: "O mobiliário é do século passado e a caixilharia/vidros não garantem a devida climatização. A escola está numa situação bastante triste", disse o deputado Miguel dos Santos após a visita.
O social-democrata prometeu "intervir" junto do atual Governo PSD/CDS-PP, mas sem deixar de acusar o anterior executivo socialista por não ter avançado com as obras na escola no âmbito da Parque Escolar.
A Secundária de Ermesinde acolhe cerca de 1.500 alunos.