Reis de Espanha presentes na homenagem a vítimas de Barajas
Os funerais de Estado em memória das 154 vítimas mortais do acidente com o voo JKK 5022 da Spanair, a 20 de Agosto, no aeroporto de Barajas, decorreram ontem em Madrid, na catedral de Almudena, com a presença do Rei Juan Carlos e da Rainha Sofia, além do chefe de Governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, e outros membros do Executivo.
A cerimónia religiosa foi presidida pelo cardeal arcebispo de Madrid, Antonio María Rouco Valera, e contou com a presença de inúmeros familiares, pilotos de várias companhias aéreas, elementos das equipas de bombeiros e de apoio médico do aeroporto, muitos deles envergando os uniformes de trabalho.
Estiveram ainda presentes o presidente da Spanair, Lars Lindgren, e outros altos quadros da empresa.
Algumas largas dezenas de madrilenos reuniram-se no exterior da catedral, situada defronte do Palácio Real, para seguirem a cerimónia.
A homenagem às vítimas da queda do McDonnell Douglas-82 que efectuava o voo JKK 5022 da Spanair, esteve envolta em alguma controvérsia. A Aliança Evangélica criticou o carácter católico da cerimónia, já que nem todas as vítimas professavam esta fé, considerando estar-se perante "o desprezo de sentimentos das famílias", algumas das quais pediram formalmente que se omitisse qualquer referência genérica a todas as vítimas do acidente.
Na passada semana, uma igreja evangélica baptista realizou uma cerimónia em memória de um pastor evangélico falecido no acidente em que participou o ministro da Justiça e representantes do governo local de Madrid.
A cerimónia na catedral de Almudena estava prevista para 1 de Setembro, mas os atrasos na verificação das identidades das vítimas obrigaram ao seu adiamento.
A cerimónia de ontem foi a segunda de uma série de três de cunho católico previstas para homenagear as vítimas do trágico voo da Spanair. A última irá realizar-se no próximo dia 17 na catedral de Las Palmas, na ilha da Gran Canária.
Na cerimónia de Madrid, o arcebispo Rouco Valera lançou palavras de apoio às familiares das vítimas, pedindo-lhes que "não percam o ânimo e a energia" para enfrentarem um momento trágico como a perda de entes próximos. O cardeal recordou como um "dos casos mais exemplares" sucedidos durante a tragédia o daquela mãe que, "gravemente ferida troca a sua vida pela da sua filha de onze anos, pedindo que a salvassem primeiro".
Causas do acidente
As razões da tragédia de Barajas continuam ainda por estabelecer, já que o inquérito não determinou com precisão as causas da queda do McDonnell Douglas-82 que fazia a ligação entre a capital espanhola e Las Palmas, nas Canárias.
São apontadas como causas mais prováveis o facto de uma das componentes das asas do avião, usadas nas descolagens e aterragens, não ter funcionado devidamente, sem o alarme ser accionado.