Refugiados. Bruxelas precisa de ter "líder político forte e confiável"

Ex-primeiro-ministro italiano Enrico Letta destaca necessidade de mudar sentimentos negativos da opinião pública face aos refugiados
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A UE precisa de ter uma "comunicação correta" e baseada em "números corretos" sobre a realidade migratória para mostrar que o futuro passa pela integração dos refugiados, afirmou esta terça-feira em Lisboa o antigo primeiro-ministro italiano Enrico Letta.

O ex-governante intervinha no encontro Vision Europe, organizado pela Fundação Gulbenkian em conjunto com outras sete fundações e instituições académicas europeias.

Frisando que as crises migratórias e de refugiados na Europa vão durar pelo menos mais uma década, Enrico Letta sublinhou que essas crises são "uma grande oportunidade" para fazer vingar o ideal europeu.

Para isso, e porque "as opiniões públicas não estão convencidas de que a integração europeia é uma ideia de futuro", Enrico Letta insistiu na importância de haver informação correta sobre a realidade migratória, dando o seu país como exemplo: os italianos acham que os refugiados representam 30% da população quando esse valor é de 7%.

Importa, até porque as soluções são supranacionais, ter em Bruxelas "uma voz e uma face que as pessoas reconheçam", uma liderança política "capaz de assumir responsabilidades nesta matéria", afirmou Enrico Letta.

António Vitorino, antigo comissário europeu da Justiça e Assuntos Internos, frisou precisamente que "as perceções e as realidades não batem certo" nesse domínio e realçou a importância do "primado da razão" na abordagem aos problemas migratórios e de refugiados na Europa.

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