Refugiado quase morre afogado e agora sonha com as Olimpíadas
Quando fugiu da guerra na Síria em 2016, Eid Aljazairli não sabia nadar e quase se afogou no Mediterrâneo. Instalou-se em Inglaterra e surpreendeu os especialistas em natação ao aprender a nadar em apenas 12 meses. Já sonha com a glória olímpica.
Há três anos, o refugiado saiu de Damasco e arriscou seguir viagem num pequeno barco, quase sem condições, que o levou através do Mediterrâneo até Inglaterra. Agora passa quatro horas por dia numa piscina e não desiste de trabalhar para às Olimpíadas.
"A minha história começa com o nadador norte-americano Michael Phelps", diz o sírio de 24 anos, que agora vive em Londres. "Estava sentado em casa tarde da noite e vi um vídeo dele no YouTube por acaso", contou à imprensa inglesa. "Nadava e voava. Inspirou-me e acendeu uma paixão dentro de mim. Acabei de dizer: isto é algo que preciso fazer".
Com um visto de cinco anos para permanecer no Reino Unido, começou a nadar e no espaço de 12 meses, passou de inexperiente na piscina a um nadador que faz em 43 segundos os 50 metros. Os seus tempos continuam bem abaixo dos níveis de qualificação olímpicos, mas os treinadores acham que pode competir numa competição para refugiados nos jogos de Tóquio em 2020, se for repetida a iniciativa feita no Rio 2016.
Daniel Bullock, um técnico local que tem ajudado Aljazairli, disse que o ritmo de progresso é notável mas que tem ainda um caminho a percorrer para atingir o nível olímpico, duas vezes mais rápido que ele". Este britânico diz que "a razão pela qual tantas pessoas levaram a história de Eid a sério e o ajudaram é que, com pouca ajuda, aprendeu sozinho a nadar em meses. É notável e a história é realmente uma inspiração."
O sírio, que começou a trabalhar em Londres por um salário de cinco libras (5,8 euros) por dia, não perde a esperança e acredita que o sonho comanda a vida. "Quando ouvem o meu sonho de nadar nas Olimpíadas e digo que quero ser como o Michael Phelps, as pessoas riem. Dizem: 'Você é um refugiado, não perca tempo e faça outras coisas'. Mas acredito em mim. Não sou apenas um refugiado, sou um sonhador."