Só 23 países deverão fazer parte de um novo tratado intergovernamental para reforçar o euro, anunciou hoje em Bruxelas o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy..No final do primeiro dia de trabalhos de uma cimeira considerada decisiva para o futuro do euro, vários líderes europeus deram conta de um acordo, ao cabo de nove horas de negociações, sobre as alterações aos tratados para reforçar a disciplina orçamental, que não colheu a unanimidade, mas abrangerá muito mais que os 17 membros da zona euro..O presidente francês, Nicolas Sarkozy, precisou que apenas o Reino Unido e Hungria ficarão de fora, enquanto a Suécia e República Checa terão de consultar os seus parlamentos..Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, reconheceu que teria preferido um acordo a 27 sobre o reforço da disciplina orçamental, mas considerou "importante" a unanimidade encontrada no seio da zona euro com vista a um tratado intergovernamental.."Eu penso que foi sem dúvida um passo importante, mas também posso dizer que eu teria preferido que tivesse havido um acordo unânime, de todos os Estados-membros da União Europeia. De qualquer modo, houve um acordo, e isso é importante, de todos os estados da zona euro e de alguns outros que se juntam também", apontou Durão Barroso..O presidente do executivo comunitário falava no final do primeiro dia de trabalhos de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo apontada como decisiva para o futuro do euro, e na qual os líderes de 23 países, entre os quais os 17 que partilham a moeda única, acordaram avançar com um novo tratado intergovernamental para reforçar o euro, dois (Suécia e República Checa) terão ainda consultar os parlamentos nacionais, e dois (Suécia e Reino Unido) decidiram ficar de fora..Segundo Barroso, as decisões tomadas foram as "mais ambiciosas possíveis no quadro das discussões" que se prolongaram durante cerca de nove horas, e que terminaram cerca das 05:00 locais (04:00 de Lisboa)..Apontando a importância de outras "medidas imediatas em termos de estabilização", designadamente ao nível das chamadas "firewalls" do euro - os fundos de estabilização -, Durão Barroso disse ser agora necessário ver "se a implementação se vai concretizar de modo determinado rápido", ao contrário do sucedido com outras decisões acordadas anteriormente por líderes europeus, e fez votos para que as decisões tomadas esta madrugada tenham "consequências muito rápidas"..O presidente francês, Nicolas Sarkozy, indicou que o objectivo é que o tratado esteja pronto em março de 2012.