A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada por Luis Almagro, classificou na quinta-feira como "ilegal e ilegítimo" o referendo sobre a região de Essequibo convocado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro..O gabinete de Almagro denunciou em comunicado a "posição agressiva" do governo venezuelano em relação à Guiana e disse que as crescentes tensões entre os dois países são uma "preocupação para a segurança regional" e ameaçam a "estabilidade e a soberania territorial" no continente..O referendo, no qual a maioria dos cidadãos que participaram votou a favor da anexação do Essequibo à Venezuela, representa "mais uma vez" um uso "antidemocrático" dos "processos democráticos" por parte de Maduro, afirma-se no comunicado.."As recentes ações tomadas pelo regime na Venezuela não só colocam em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas também representam um risco mais amplo para a segurança da América Latina e do Caribe", denunciou a liderança da OEA..Por sua vez, Almagro pediu ao Conselho Permanente do organismo que convoque uma reunião especial para "discutir possíveis medidas para mitigar" as tensões entre os dois países sul-americanos..O Governo venezuelano, que apresentou um pedido formal para deixar a OEA em 2017, não tem representação na organização..No domingo, a Venezuela realizou um referendo consultivo promovido pelo Governo de Nicolás Maduro e que recebeu o apoio dos eleitores sobre o estatuto da região de Essequibo, 160 mil quilómetros quadrados de selva rica em recursos naturais..Na quarta-feira, presidente da Venezuela determinou a criação de um estado na Guiana e a anexação do território de Essequibo, aumentando as tensões na região..Em 2015, a ExxonMobil descobriu várias jazidas petrolíferas no Essequibo..Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela..Os conflitos fronteiriços tiveram início com a decisão arbitral de Paris de 3 de outubro de 1899, que atribuiu a soberania do território à então Guiana Britânica. A decisão foi contestada pela Venezuela na ONU desde 1962.