Reestruturar dívida é 'mensagem errada', diz Passos

Primeiro-ministro disse que se assinasse o manifesto divulgado hoje para reestruturação da dívida portuguesa estaria a pôr em causa o cumprimento das metas orçamentais a que o país está obrigado.
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"Se eu hoje quisesse pôr em causa o financiamento do País e destas políticas públicas, subscreveria o manifesto que hoje foi dado a conhecer e nessa medida tinha a certeza de estar a enviar a mensagem errada a todos aqueles que esperam que Portugal cumpra as suas realizações", disse Pedro Passos Coelho numa intervenção em Lisboa, à margem da cerimónia de inauguração das novas instalações da Polícia Judiciária.

O primeiro-ministro falava no dia em que o jornal "Público" dá conta de um manifesto, assinado por cerca de 70 figuras da política de esquerda e de direita, incluindo Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, que apela à reestruturação da dívida pública do País.

Pedro Passos Coelho sublinha que "nem sempre" o que se toma por ideal se pode concretizar da forma "mais fácil ou óbvia" e "muitas vezes são os caminhos mais difíceis" os que garantem "caminhos mais duradouros". "Frequentemente são os caminhos mais fáceis os que nos levam a situações de maior insustentabilidade", disse ainda o primeiro-ministro.

Admitindo ter tido conhecimento do manifesto durante a leitura matinal da imprensa, Passos Coelho diz que se questionou se o mesmo não seria um "reflexo da atitude" de "negar a realidade".

"Aqueles que continuamente querem conciliar o inconciliável e realizar o irrealizável, que é como quem diz, fazer tudo o que por vezes achariam desejável sem cuidar das condições necessárias para que essa obra pudesse surgir, acabam por não ser justos nem oferecer segurança aos seus cidadãos e muitas vezes contribuem com isso para pôr em causa os fundamentos do Estado social", advogou o primeiro-ministro.

O manifesto é assinado por diferentes personalidades da política de esquerda e de direita, casos dos ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, João Cravinho, Francisco Louçã, António Saraiva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos". Segundo o "Público", o conteúdo do manifesto é divulgado na edição de quarta-feira.

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