Reconstrução de Lisboa após sismo de 1755 em exposição em Londres

A exposição explora como as cidades e comunidades são 'reimaginadas' no rescaldo dos desastres
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A reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, pelo Marquês de Pombal, é um dos exemplos abordados numa exposição que abriu hoje em Londres, sobre soluções arquiteturais e a reabilitação de zonas afetadas por catástrofes.

"Criação da Catástrofe: Como a arquitetura reconstrói comunidades" é organizada pelo Instituto Real dos Arquitetos Britânicos (RIBA na sigla em inglês), instituição equivalente a uma ordem dos arquitetos do Reino Unido, e coincide com o 350.º aniversário do Grande Incêndio de Londres, em 1666.

A exposição faz uma retrospetiva histórica desde o século XVII até ao presente, apresentando plantas e planos de reconstrução em vários países, começando pelos cinco planos alternativos - nunca realizados - de reconstrução da capital britânica, após aquele desastre.

Acabou por ser o arquiteto Christophen Wren a liderar a obra, sendo responsável pela reconstrução de 52 igrejas, entre as quais a Catedral de St. Paul, mas mesmo os seus planos de avenidas largas e espaço públicos não foram realizados.

A propósito de Lisboa, é apresentado um modelo tridimensional da "gaiola pombalina", um sistema de construção antissísmica, adotado para os edifícios lisboetas após o desastre que matou milhares de pessoas na capital portuguesa que usa uma estrutura de madeira nas paredes dos edifícios posteriores.

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O modelo, propriedade do Regimento Sapadores Bombeiros, usado para formação no combate a possíveis incidentes, está acompanhado por gravuras antigas da cidade, como era antes e depois do sismo e do 'tsunami', que destruíram edifícios e mataram cerca de 60 mil pessoas.

Em exposição está também uma cópia de um livro de John Andrews, contemporâneo do desastre, que descreve os efeitos do sismo e consequente incêndio e a transformação de Lisboa, numa cidade com "ruas largas e direitas", em vez de "ruas estreitas, mal pavimentadas e sujas".

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A exposição é apresentada com o objetivo de "explorar as formas variadas e muitas vezes mágicas como as cidades e comunidades foram 'reimaginadas' no rescaldo dos desastres" e como desastres como terramotos, 'tsunamis' ou incêndios podem ser uma "oportunidade para corrigir erros do passado".

A exposição, que retrata outros casos em Nova Jérsia e Chicago, nos Estados Unidos, assim como na Nigéria, Japão, Nepal, Chile, Paquistão, é de entrada gratuita e estará aberta até 24 de abril.

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