Reconhecimento da UNESCO é "marco histórico"

O reconhecimento do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade representa um "marco histórico na vida dos grupos corais", considerou hoje a associação Moda.
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A decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) "engrandece e orgulha a comunidade do cante e constitui um marco histórico na vida dos grupos corais e dos cantadores, que são por excelência os fiéis detentores e transmissores deste património", afirmou hoje a Moda -- Associação do Cante Alentejano em comunicado enviado à agência Lusa.

No documento, enviado a partir de Paris, na França, onde foi hoje aprovada a classificação do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade, a associação refere que o reconhecimento cria uma "enorme responsabilidade" nos grupos corais e nas entidades que apoiam esta arte, "como são sobretudo as autarquias locais".

A Moda, que congrega grupos corais e foi uma das promotoras da candidatura, apelou ainda ao "envolvimento de todas as entidades ligadas ao cante" na "continuidade das ações de salvaguarda já em curso" e na implementação de "novas" medidas que contribuam para a "dignificação, renovação dos grupos e transmissão da tradição oral fortemente enraizada nas gentes do sul do país e na diáspora alentejana".

A candidatura do cante alentejano a Património da Humanidade foi entregue à UNESCO em março de 2013, depois de, em 2012, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ter decidido adiar a sua apresentação, por considerar que o processo não reunia condições para ser aceite.

No final de outubro deste ano, uma comissão internacional de especialistas da UNESCO deu um parecer positivo à candidatura, que classificou como "exemplar".

A candidatura foi promovida pela Câmara Municipal de Serpa/Casa do Cante, com o contributo da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da Casa do Alentejo, em Lisboa, da Confraria do Cante Alentejano e da Moda - Associação do Cante Alentejano.

O "(can)to da (te)rra", que "retrata a ligação umbilical do trabalhador com a terra-mãe", é um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, associado geograficamente ao Baixo Alentejo, segundo os promotores da candidatura.

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