Em causa está uma decisão revelada na sexta-feira pelo Tribunal de Recurso de Paris sobre um processo judicial que opunha o realizador Terry Gilliam a Paulo Branco, porque o produtor português chegou a assinar contrato para produzir o filme, em 2016, mas o processo saiu gorado.."[A decisão] foi favorável, completamente, a 100 por cento. Em toda a linha, como se costuma dizer", disse à Lusa Paulo Branco, sublinhando que "a exploração do filme, a ser feita, só pode ser feita pela Alfama ou pela Leopardo Filmes - em Portugal, pela Leopardo, no resto do mundo, pela Alfama Films - e todos os outros contratos são ilegais"..Apesar da disputa judicial, Terry Gilliam avançou com o projeto do filme com outros produtores, em Espanha, Reino Unido e Portugal (Ukbar Filmes), e o filme estreou-se em maio, no festival de Cannes e em sala comercial, nomeadamente em França e em Espanha..Segundo Paulo Branco, irão ser pedidas indemnizações a quem já explorou o filme, e todos os atos administrativos que possam ter ocorrido com outras entidades, que não sejam a pedido da Alfama Films ou da Leopardo Filmes, têm que ser anulados..Pandora da Cunha Telles referiu à Lusa que Terry Gilliam terá de pagar a Paulo Branco uma indemnização de dez mil euros e que "o contrato de direitos de autor de realização que o realizador queria ver resolvido ainda não pode ser interrompido"..As partes divergem no entendimento sobre a exploração do filme. "Em nenhum momento das 11 páginas da decisão, o tribunal francês confere qualquer direito de exploração ou comercialização do filme à produtora Alfama Filmes", sustenta a produtora portuguesa.."Até ao momento, a produtora Alfama Filmes nunca pagou qualquer soma ao realizador Terry Gilliam por conta dos supostos direitos de realização", acrescentou..À Lusa, Paulo Branco considerou que este processo resultou num "desastre industrial" em torno do filme e que esta decisão judicial "é definitiva".