Morgan Spurlock, o realizador de "Super Size Me", admite assédio sexual

Morgan Spurlock confessou ter sido acusado também de violação e que pagou pelo silêncio de uma assistente. "Sou parte do problema", disse o autor, que revelou ter sido vítima de abusos sexuais em criança
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Ficou conhecido com o documentário "Super Size Me - 30 dias de fast food" (título em português), lançado em 2004. Volta agora às páginas dos jornais, mas porque decidiu confessar publicamente que, no passado, assediou sexualmente uma assistente - que o quis processar - e que já foi acusado de violação.

Morgan Spurlock, de 47 anos, foi ainda mais longe na catarse pública: disse que nunca foi fiel a nenhuma namorada ou mulher.

O realizador escreveu que foi depois de terem vindo a público várias denúncias de assédio sexual, como as que envolvem o produtor Harvey Weinstein, acusado de ter assediado várias atrizes, que percebeu que também ele tinha contas a acertar com o passado. "Não sou apenas um espetador, também faço parte do problema", sublinhou.

"Enquanto assistia à queda de heróis e homens devido ao seu passado, decidi não ficar parado à espera que viessem atrás de mim", escreveu Morgan, que partilhou as histórias e os seus estados de espírito no Twitter.

Segundo o próprio, a acusação de violação aconteceu quando ainda andava no liceu: ele achou que tinha passado a noite com uma rapariga, depois de uma saída em que os dois beberam muito, mas ela terá olhado para essa noite numa perspetiva diferente. No entanto, Morgan nunca foi acusado formalmente de violação.

O alegado assédio terá acontecido há oito anos. Segundo o realizador, a sua assistente terá ameaçado com um processo, porque Morgan costumava chamar-lhe "hot pants" ou "sex pants", em voz alta, quando a queria chamar no escritório. "Na altura achei que era engraçado, mas depois percebi que a tinha reduzido a uma não-existência", escreveu Spurlock.

Morgan revelou que assistente decidiu aceitar um pagamento em troca do seu silêncio.

"Sendo eu quem era, é claro que paguei. Paguei para ter paz de espírito, paguei pelo seu silêncio e cooperação, mas acima de tudo paguei para que eu permanecesse quem era", confessou. E prometeu: "Vou fazer melhor".

Na longa confissão, Morgan decidiu desenterrar mesmo todos os fantasmas e revelou que ele mesmo foi abusado sexualmente em criança e adolescente e que durante 30 anos não esteve mais do que uma semana sóbrio.

O realizador tem respondido às mensagens que tem recebido no Twitter e disse que já estava a "procura ajuda".

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