Reações dos comentadores à entrevista de José Sócrates

A entrevista do ex-primeiro-ministro José Sócrates à RTP, na noite de quarta-feira, foi acompanhado pelas principais rádios e televisões dedicadas à informação, com políticos e comentadores em estúdio. Leia algumas das principais conclusões destes analistas políticos.
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"José Sócrates pode usar todo o revisionismo, mas as pessoas não são tontas. A intervenção foi de uma enorme infelicidade porque já não interessa nada", Nuno Melo, deputado ao Parlamento Europeu pelo CDS-PP, RTP Informação.

"Interessa muito pouco aos portugueses discutir o passado. Espero que o comentário político do antigo primeiro-ministro consiga passar da conversa sobre as políticas anteriores", Francisca Almeida, deputada do PSD, RTP Informação.

"É bom Sócrates participar na conversa da qual faz parte há dois anos. José Sócrates é um político profissional que se prepara como ninguém", João Galamba, deputado do PS, RTP Informação.

"Estamos num jogo de empurra quando muito foi partilhado e isto não é um desempate do concurso dos piores", António Filipe, deputado do PCP, RTP Informação.

"Estranho que José Sócrates tenha voltado agora. O ex-primeiro-ministro quer centrar o debate no passado e não sobre as suas responsabilidades actuais", Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda, RTP Informação.

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"Aparentemente José Sócrates preservou a direção do Partido Socialista, mas de algum modo o regresso de Sócrates é um sinal e o modo como entrou na entrevista e o que quis dizer inicialmente é um sinal fortíssimo. Quando disse que há uma narrativa que foi feita sem qualquer contraditório, uma narrativa única, sugere que alguém tinha preencher o silêncio. Se isto não é um ataque ao Partido Socialista não sei bem o que será" - Pedro Adão Silva, analista político, TSF

"José Sócrates em hora e meia, duas horas, mostrou mais agressividade em relação ao Governo e Presidente da República do que António José Seguro em dois anos. Isto, quer se queira quer não, vai condicionar António José Seguro a partir de agora", Pedro Marques Lopes, analista político, TSF

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"Voltou o animal feroz para ajustar contas. A vítima foi Cavaco Silva. Aconselho enquanto espetador de televisão a que deixe a "narrativa" em Paris. Já não se aguenta" - Miguel Sousa Tavares, escritor e comentador, SIC Notícias

"O que parece que estamos a ver em Portugal é que parece que a culpa está em certas pessoas, fugindo à ideia de que temos de encontrar uma solução. Acho que ele ainda não 'ganhou a mão' mas já tivemos uma ideia do que vai ser ter José Sócrates a martelar-nos todas as semanas" - José Miguel Júdice, advogado e comentador, SIC Notícias

"Tudo o que foi dito está visto de uma determinada maneira distorcida, sublinho, distorcida (...) Não consegui perceber quando ele diz que a responsabilidade anterior nas PPP era maior do que aquilo que deixou" - José Gomes Ferreira, subdiretor de informação da SIC, SIC Notícias

"As duas coisas em que José Sócrates foi mais eficaz foi contra Cavaco Silva e contra o Governo. A parte em que foi menos eficaz é que Sócrates está a viver uma de Santana Lopes. Quer dizer está ainda em 2011" - Ricardo Costa, diretor do Expresso, SIC Notícias

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"Nada deste registo me surpreendeu. Ele é um ator político e vai continuar a ser. (...) Sócrates diz que governo é maniqueísta, que vê a realidade a preto e branco. Ele [Sócrates] regressa a branco e preto. O primeiro ataque nem foi ao governo. Foi ao presidente da República. Disse coisas reais mas não falou do presente" - David Dinis, comentador e jornalista do Sol, TVI24

"[Sócrates] regressa com o seu lado mais negativo num registo muito magoado. Vai ser um fator de instabilidade política, perde-se com justificações do seu passado pessoal. O que vimos foi um homem ferido. (...) Mandou calar jornalistas. Voltou igual a ele próprio. Uma arrogância impensável" - Teresa de Sousa, comentadora e jornalista do Público, TVI24

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"Já tinha saudades de ver um político tão bem preparado a dar uma entrevista. Sócrates é um animal feroz e foi um animal feroz que esteve a acumular a sua raiva nestes dois anos [e] respondeu a todos os que o têm criticado (...) Vai trazer uma nova narrativa à política portuguesa.(...) A entrevista na forma foi excelente, no conteúdo foi medíocre porque não trouxe nenhuma novidade" - Raquel Abecasis, subdiretora de informação da Renascença, RR

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