Saiu esta quarta-feira frustrado o sequestro de 51 crianças e incêndio promovido pelo motorista, italiano de origem senegalesa, de um autocarro escolar, perto de Milão, em Itália..O condutor, chamado Ousseynou Sy, de 47 anos, alegadamente avisou que "ninguém vai sobreviver", mas a polícia conseguiu resgatar os reféns através da parte traseira do veículo, cujos vidros foram partidos pela polícia, até porque os objetos para partir vidros foram deliberadamente removidos do veículo, relata o jornal italiano La Reppublica..Porém, a pronta resposta das autoridades deveu-se a um rapaz de 13 anos, Ramy Shehata, que escondeu o seu telemóvel do motorista, que confiscou os dos outros estudantes, e avisou o pai. "Ele é o nosso herói", disse um colega de turma, citado pela BBC..A agência noticiosa italiana Ansa relata que Ramy, descendente de egípcios mas nascido em Itália em 2005, fez o telefonema enquanto fingia rezar em árabe, mas na verdade estava a alertar o pai. "O meu filho cumpriu o seu dever, seria bom que ele agora pudesse obter cidadania italiana. Gostávamos de ficar neste país. Quando o encontrei, abracei-o fortemente", afirmou o progenitor à agência noticiosa..De acordo com a BBC, um professor que estava no autocarro contou que o homem estava zangado com a política de imigração italiana - testemunhas afirmam que o homem gritou "parem com as mortes no Mediterrâneo"..O autocarro estava ocupado por duas turmas de adolescentes - acompanhados por adultos - que saíram de uma escola em Vailati di Crema com destino a um ginásio. O motorista terá saído da rota definida e começado a dirigir o autocarro, aparentemente, para o aeroporto de Linate, em Milão..O autocarro foi sequestrado durante 40 minutos e embateu em vários carros da polícia antes de começar a reduzir a velocidade, mas acabou por arder completamente.."Ele fez-nos subir e imediatamente depois trancou-nos", disse à AFPTV Tiziana Magarini, a supervisora que acompanhou as crianças com dois professores e que tinha a ideia de Ousseynou Sy ser "alguém muito bem-educado, normal". "As crianças estavam a bater nas janelas, a pedir ajuda", disse Roberto Manucci, um dos primeiros a chegar ao local..O Ministério Público de Milão está a investigar a motivação do homem e não descarta a hipótese de terrorismo. "Foi um milagre, poderia ter sido um massacre", disse Francesco Greco, do Ministério Público italiano..Porém, o motorista já veio dizer que o ataque foi uma "decisão pessoal". "Não podia mais ver crianças serem desmembradas por tubarões no mar Mediterrâneo e mulheres grávidas a morrer", terá dito às autoridades, contou o chefe da do contraterrorismo do Ministério Público de Milão, Alberto Nobili.