Via aberta para suceder a Kris Meeke

Na era pós-Volkswagen, a 51.ª edição do Rali de Portugal reúne as condições para ser uma das mais competitivas dos últimos anos, mesmo que em 2016 a hegemonia da marca alemã já tenha sido quebrada por Kris Meeke.
Publicado a
Atualizado a

A sexta prova do campeonato do mundo, que se realiza entre 18 e 21 de maio, pode ser o espelho do que sucedeu até agora no Mundial, cujos primeiros cinco ralis tiveram quatro vencedores diferentes - só Thierry Neuville repetiu triunfos, ganhando em França e na Argentina.

No entanto, o belga da Hyundai chega a Portugal na terceira posição do Mundial, atrás do francês Sébastien Ogier e do finlandês Jari-Matti Latvala, até à época passada os dois homens fortes da Volkswagen, cujos serviços foram requisitados este ano pela M-Sport (Ford Fiesta RS) e pela Toyota, respetivamente.

Vencedor por quatro vezes em Portugal (2010, 2011, 2013 e 2014), Ogier é um favorito natural na edição 2017, na qual se apresenta depois de ter aberto a temporada com uma vitória em Monte Carlo e de ter estado presente nos três pódios seguintes, antes de ficar pelo quarto lugar na Argentina.

"A competição está mais apertada este ano e todas as equipas podem ganhar. Abrir a estrada no primeiro dia vai tornar a tarefa mais difícil para nós, mas estamos em Portugal com objetivos elevados e focados em consolidar a liderança", afirmou o gaulês, tetracampeão em título, cuja primeira vitória no Mundial aconteceu precisamente no rali português, onde a M-Sport se faz representar ainda por Ott Tanak e Elfyn Evans, que subiram ao pódio na Argentina.

Com 86 pontos, contra 102 de Ogier, Jari-Matti Latvala procura repetir na gravilha das estradas minhotas a vitória alcançada em 2015. Na presente temporada, o triunfo na Suécia e o segundo lugar em Monte Carlo são o principal capital do finlandês, que nas 'pampas' terminou na quinta posição.

Somente a dois pontos do nórdico, Thierry Neuville está empenhado em dar continuidade aos triunfos nos dois ralis anteriores, incluindo o da Argentina, que foi ganho com apenas sete décimos de vantagem sobre Elfyn Evans, a culminar uma recuperação excecional.

"Sabemos que temos de continuar focados e concentrados. A margem da nossa vitória na Argentina foi uma das mais pequenas da história do WRC, por isso não podemos dar nada por garantido", alertou o belga. "No entanto, tenho certeza de que podemos ser rápidos", acrescentou.

A Citroen, de regresso ao Mundial após um ano sabático para preparar o novo C3, é para já o 'elo' mais fraco da competição. Um ano depois da vitória inesperada em Portugal com um carro não oficial, o britânico Kris Meeke venceu no México, mas abandonou na Córsega, com problemas mecânicos, e sofreu dois violentos acidentes na Argentina que o abalaram.

"A Argentina foi brutal - nada correu como planeado. Acontece às vezes, é preciso pôr para trás das costas. Sinto-me bem antes de Portugal, mas não posso dizer que estou cheio de confiança", disse o norte-irlandês. "Tenho boas memórias da vitória de 2016. Houve mudanças, portanto, em alguns casos, vamos ter de começar do princípio nas notas de navegação", acrescentou.

Com 19 classificativas, como em 2016, o Rali de Portugal mantém a sua base em Matosinhos, no Porto, e conserva grande parte da sua estrutura, desenrolando-se maioritariamente no Minho, mas os pilotos vão encontrar um itinerário renovado com algumas novas especiais e outras renovadas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt