Radiação recorde na central de Fukushima pode matar numa hora
Os níveis de radiação de um dos reatores da central nuclear de Fukushima atingiram valores recorde desde o tsunami que provocou o desastre nuclear de 2011 no Japão. Segundo a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a central, foi registada uma quantidade de radiação suficiente para matar uma pessoa em uma hora.
Medições no reator número dois mostram a presença de 530 sieverts por hora, a medida usada para avaliar o impacto da radiação nos humanos. Segundo o The Guardian, uma dose de sievert provoca mal-estar e náuseas, 5 sieverts podem matar em um mês e 10 sievert em poucas semanas.
"Há uma margem de erro, o nível pode ser 30% inferior, mas continua elevado", disse o porta-voz da Tepco, Tatsuhiro Yamagishi, segundo a AFP.
A última medição, de 2012, registava apenas 73 sieverts e os especialistas estão a tentar perceber o que terá provocado o aumento.
"O nível extremamente elevado de radiação medido no local, se for exato, pode indicar que o combustível não está longe e que não está coberto por água", afirmou numa entrevista NHK Hiroshi Miyano, professor da Universidade Hosei, que preside a uma comissão de estudos para o desmantelamento da central nuclear.
A empresa detetou ainda um buraco de um metro de largura numa parte de metal do mesmo reator. "Pode ter sido provocado pela queda de combustível, que teria derretido e produzido o buraco no depósito, mas isto é apenas uma hipótese", disse o porta-voz.
O processo de desmantelamento da central nuclear de Fukushima deverá demorar cerca de quatro décadas, segundo o The Guardian, mas o elevado nível de radiação dificulta e adia os esforços nesse sentido. O robô controlado remotamente que a Tepco planeia usar para trabalhos no reator número 2 aguenta a exposição a 1000 sieverts, o que quer dizer que iria sobreviver menos de duas horas.
[artigo:5282161]