Quintero a arma secreta do River que só vai render 3,2 milhões ao FC Porto

O herói da Taça Libertadores tem sido o jogador fetiche do treinador Marcelo Gallardo. Muitas vezes criticado e até apelidado de "Gordito", o colombiano entrou agora na história do clube argentino, que estará na iminência de exercer de opção de compra junto dos dragões
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Juan Quintero foi a arma secreta para o River Plate arrancar com estilo para a conquista da Taça Libertadores, na final disputada este domingo em Madrid. O colombiano foi lançado aos 58 minutos de jogo, quando o Boca Juniors ainda estava na frente do marcador, tal como havia planeado o treinador Marcelo Gallardo, que cumpria castigo na bancada do Estádio Santiago Bernabéu.

E tudo correu como o previsto pelo técnico dos milionários. O colombiano agitou o jogo e dez minutos depois chegou o empate. Contudo, foi no prolongamento que o número 8 deu a sua pincelada com o remate certeiro para o 2-1 e com o passe para Pity Martínez sentenciar a final na última jogada.

No total foram 63 toques na bola, apenas um remate enquadrado com a baliza e que, por sinal, resultou em golo. No total, fez 51 passes, sendo que um deles foi mortífero para o terceiro golo da equipa. Quintero, várias vezes criticado e até apelidado de "Gordito" pela imprensa argentino, deu a resposta no relvado do Bernabéu e no final da partida a mãe, Lina Maria Paniagua, emocionada não calou, perante as televisões, a revolta contra os críticos: "Queria dizer isto diante das câmaras para todos os que disseram que o meu filho estava acabado e que é um fracassado: o acabado e fracassado deu o triunfo ao River e agora são campeões."

E como tantas vezes nestas histórias do percurso até à glória, o próprio Quintero explicou depois como construiu o seu golo, que deu finalmente vantagem ao River Plate no prolongamento. "Não pensei muito: recebi a bola, procurei o espaço, controlei e rematei. Ontem trabalhei esse remate. É um golo que merece ser muito comemorado", frisou, o internacional colombiano que chegou ao novo campeão das Américas em janeiro por empréstimo do FC Porto, que recebeu na altura 500 mil euros de taxa de empréstimo.

A cedência dos dragões termina no final este mês, sendo praticamente certo que a direção do River Plate vai exercer o direito de opção de compra no valor de 3,2 milhões de euros. Isto numa altura em que o colombiano está avaliado pelo transfermarkt em 6,5 milhões de euros, menos 500 mil euros do montante pago pelo FC Porto aos italianos do Pescara em julho de 2013.

O médio ofensivo nascido há 25 anos no problemático bairro El Socorro, em Medellín, nunca conseguiu impor-se como estrela dos dragões. Nas épocas 2013/14 com Paulo Fonseca e 2014/15 com Julen Lopetegui, Quintero marcou apenas sete golos nos 64 jogos que realizou, dos quais apenas 18 como titular.

Sem espaço, andou depois de empréstimo em empréstimo, primeiro nos franceses do Rennes, depois nos colombianos do Independiente Medellín, antes de chegar ao River Plate, onde em mais de metade dos jogos tem sido uma espécie de arma secreta, saindo do banco de suplentes para tentar fazer a diferença, como aconteceu agora na final da Taça Libertadores, o jogo que nenhum dos rivais de Buenos Aires queria perder.

O golo que marcou aos 109 minutos confirmou a astúcia de Marcelo Gallardo em manter Juan Quintero como sua arma secreta. O colombiano acabou por justificar a aposta com o momento mais importante da sua carreira de futebolista que lhe vale desde já a entrada direta para a galeria de históricos do River Plate, ao lado de Alfredo Di Stéfano, Ramón Diaz, Daniel Passarella, Enzo Francescoli, Ariel Ortega, Hernán Crespo, Javier Saviola, Pablo Aimar, Javier Mascherano, Gonzalo Higuaín, entre outros craques.

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