Quer concorrer a mayor de Londres. Mas só com o aval dos eleitores
O anúncio do sempre excêntrico e polémico Boris Johnson de não concorrer a um terceiro mandato como presidente da Câmara de Londres abriu uma verdadeira corrida à sua sucessão, que será decidida numa eleição que se realiza no próximo ano. Entre as dezenas de nomes já anunciados está um muito especial: o deputado Zac Gold-smith, que pôs nas mãos dos seus constituintes a decisão de oficializar ou não a candidatura.
O carismático deputado conservador e ambientalista, de 40 anos, admitiu em meados deste mês a vontade de ocupar o lugar de Boris Johnson, também ele conservador e eleito deputado em maio. E foi desafiado a candidatar-se por pessoas de vários quadrantes do espectro político. "Londres precisa de um mayor que possa ou consiga trabalhar com o governo para obter os recursos de que Londres precisa de forma a lidar com pressões esmagadoras de habitação, transporte e policiamento, mas que ao mesmo tempo seja suficientemente forte para fazer frente ao governo quando ele errar", declarou recentemente.
A concretização do desejo de se tornar mayor da capital britânica está agora nas mãos dos eleitores de Richmond Park, o círculo da área metropolitana de Londres pelo qual foi eleito para o Parlamento. Numa iniciativa inédita, este antigo jornalista está a enviar pelo correio aos seus cerca de 77 mil constituintes um boletim de voto que lhes dá o poder de decidir se ele se candidata ou não. Uma operação que não lhe vai sair barata: o envio das cartas custa 41 mil libras (cerca de 57 mil euros). E, se pelo menos metade dos constituintes responder, Zac terá de gastar mais 12 mil libras (cerca de 16 mil euros).