Quénia. "Grande leão africano" estava na gaveta de museu há décadas

Descoberto fóssil de mamífero carnívoro pré-histórico de grandes dimensões que terá vivido em África há mais de 20 milhões de anos. "Possivelmente era maior do que um urso polar", dizem investigadores.
Publicado a
Atualizado a

Um amontoado de fósseis estava numa gaveta do Museu Nacional de Nairobi, no Quénia, há décadas, mas só esta semana se ficou a saber que correspondem a um mamífero carnívoro pré-histórico de grandes dimensões. O animal terá vivido em África há mais de 20 milhões de anos e "possivelmente era maior do que um urso polar", dizem os investigadores.

Apesar de ter sido batizado de Simbakubwa kutokaafrika, que significa "grande leão africano" em suaíli, o animal não pertence aos felinos, mas sim ao grupo de mamíferos carnívoros extintos chamados de hienodontes, explica a National Geographic.

Os fósseis estavam numa gaveta do museu quando, em 2013, o paleontologista Matthew Borths pediu para os analisar. Faziam parte de uma coleção intitulada "hienas".

Maior do que o leão moderno

A mandíbula e outros ossos do animal foram depositados na gaveta depois de terem sido descobertos entre 1978 e 1980 durante uma escavação no oeste do Quénia. Borths juntou-se à paleontóloga Nancy Stevens, da Universidade de Ohio, e em 2017 começaram a analisar os misteriosos fósseis. Concluído em 2018, o estudo foi esta semana revelado no Journal of Vertebraste Paleontology.

"Tendo em conta os seus enormes dentes, Simbakubwa era um hipercarnívoro significativamente maior do que o leão moderno e possivelmente maior do que um urso polar", especifica Matthew Borths, citado pela France Press.

O "grande leão africano" estava no topo da cadeia alimentar e a sua descoberta vai ajudar os investigadores a perceber a evolução e a relação que existe entre espécies. Mais! Os fósseis podem ainda ajudar os cientistas a perceber melhor as razões pelas quais estes predadores não sobreviveram.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt