Que presente gostaria de oferecer a estes líderes ?
Maria Domingas Carvalhosa
Com mais de 28 anos de experiência em relações-públicas e comunicação, é CEO da Wisdom. É atualmente a presidente da Direção da APECOM, a associação que representa o sector.
Tiago Franco
Com uma carreira de jornalista iniciada no jornal Semanário, em 1987, e com incursões, como editor e ditetor, pelo Independente e pelo Euronotícias, Tiago Franco é o sócio gestor da consultora de comunicação Engaging Consulting.
Vítor Cunha
Membro da direção das consultoras M Public Relation, JLM&A e Kanela Consultores, Vítor Cunha foi também editor-chefe adjunto da SOCI - Sociedade Comunicação Independente.
Gelado para enfrentar jornalistas
MDC > "Uma caixa de gelado Santini de cinco litros, porque dá sempre jeito ter uma caixa no Palácio de Belém, para, na eventualidade de ter apetite, ter de sair à rua e enfrentar jornalistas".
Entre Buda e outras reflexões
TF > "Para a consoada, uma reflexão de Buda : "Por mais que na batalha se vença um ou mais inimigos, a vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias." Não pregar e depois vigiar. Uma meditação sobre qual será o seu legado que se escreverá dos seus mandatos. Fatia de bolo rei: "Muito poucas coisas são muito, muito importantes, enquanto muitas e muitas coisas não são nada importantes."
O país precisa de muita mais atenção ao que de facto importa e é essencial para que as funções e as instituições do Estado não fraquejarem. Vigiar e depois pregar."
A sombra do "Presidente-rei"
VC > Escrito por Fernando Pessoa para Sidónio Pais, a quem o poeta chamou "Presidente-rei", este excerto torna-se agora um presente para Marcelo: "Sê estrada, gládio, fé, fanal, Pendão de glória em glória erguido! Tornas possível Portugal Por teres sido!"
Justiça ao serviço de todos, rapidamente
MDC > "Uma justiça mais célere. Mas este é um presente que gostava de oferecer também a todos os portugueses. Pena que, hoje, continuemos assim."
Da "bandalheira" aos "amigos"
TF > "Para a consoada: Que goste mais do seu país. Que venha o bacalhau, o leitão e as rabanadas. E que aproveite, depois de março, para meditar sobre o estado a que chegou o Estado social do país e a bandalheira no seu gabinete. Fatia do Bolo Rei: Agora que vai deixar de ser Primeiro-Ministro e estamos no Natal quero dizer-lhe que "ter amigos é o maior presente da vida". É assim que se sentem os portugueses."
Palavras escritas há um século
VC > A poesia líria de Fernando Pessoa, ortónimo, escrita entre 1919 e 1930, transforma-se aqui num presente para o primeiro-ministro. "A esperança como um fósforo inda aceso, Deixei no chão, e entardeceu no chão ileso. A falha social do meu destino Reconheci, como um mendigo preso."
Encantar as alianças estratégicas
MDC > "Um íman. Para obter um bom resultado o novo líder do PS terá que atrair eleitores do BE e ainda no centro-esquerda. É uma tarefa difícil encontrar um discurso coerente que encante a extrema-esquerda e o centro-esquerda. Talvez um íman que funcione à esquerda e à direita lhe dê uma ajuda."
TF > Como prato de consoada: discernimento e um aprofudamento sobre a História de Portugal. Recomendo vivamente a leitura de José Mattoso e Rui Ramos. Fatia de bolo rei: a parábola de Sócrates em que diz que "a minha mãe era uma excelente parteira, mas ela nunca conseguiu ajudar a dar à luz uma mulher que não estivesse grávida." O foco é não prometa demais em campanha e não se deixe cair em tentação porque, por vezes, a ideologia não é conselheira. Oferta do livro O monge que vendeu o seu Ferrari, de Robin Sharma.
"Notas para uma regra de vida"
VC > Pessoa chega aqui através do heterónimo Bernardo Soares: "Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente."
Vitaminas para a transformação
MDC > "Uma embalagem de Multivitaminas - Esta é a grande oportunidade para Luis Montenegro "mostrar o que vale". Com a constituição da AD tem todas as condições para descolar do PS nas sondagens: narrativa de mudança, protagonistas, potencial de criação de uma nova imagem impactante. Haja energia para alimentar uma onda de mudança."
Coragem, instinto e bem-estar
TF > "Como prato de consoada: coragem para confiar mais no instinto. Maior presença e assertividade nas intervenções públicas. Fatia do Bolo Rei: que se inspire na nova social democracia e que leia o que os países da WeGo - que fazem parte da Wellbeing Economy Alliance -, como a Finlândia, País de Gales, Escócia ou Nova Zelândia, entre outros, estão a desenvolver e a implementar ao nível da economia do bem-estar e da felicidade."
Do "Mar Português" e das tormentas
VC > Mais uma vez, Fernando Pessoa é oferecido na sua versão original: "Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor."
As nozes e o voto útil
MDC > "Um pacote de Nozes - "São mais as vozes que as nozes". A estratégia do Chega de afirmar que chumba um Governo de direita que não o integre ou não integre as suas principais exigências, aliada à recém-criada AD criará uma tendência de voto útil que poderá fazer gorar os desejos deste partido de obter uma vitória ou os resultados que lhe apontam as sondagens."
Bem comum e visão
TF > "Para a consoada: consciência e visão pelo bem comum dos portugueses. E que se recorde, sempre, da frase de Sá Carneiro, "primeiro vem Portugal, só depois os partidos e depois cada um de nós". Que os egos não sejam a discussão de café - depois as eleições de Março. Bolo rei: como inspiração, a leitura, antes das eleições, do livro David R. Hawkins, Poder versus Força. Uma visão sobre como o homem pensa que vive em virtude das forças que controla; mas, na realidade, ele é governado pelo poder de fontes não reveladas, que não domina."
O desassossego
VC > Evocando Bernardo Soares: "O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto."
Viajar ao passado e preparar o futuro
MDC > "Uma máquina do tempo. Acredito que a IL também vai ser vitima do voto útil à direita pelo que, na noite das eleições, talvez Rui Rocha gostasse de ter tomado uma decisão diferente relativamente à coligação à direita."
Entre a modernidade e a liberdade
TF > "Prato de consoada: aproveitem para discutir de novo, no período eleitoral, a Constituição da República e a sua modernização. Bem como o seu preâmbulo. Se a sua casa política é uma abertura maior do país à liberdade política, económica e social então é por aí que se deve começar. Como fatia de bolo rei: o livro Post growth de Tim Jackson, como contraponto às principais dificuldades e contradições do liberalismo moderno.
"O povo é bom tipo", para o Bernardo
VC > O heterónimo de Fernando Pessoa quem se deve o Livro do Desassossego, Bernardo Soares, escreveu um texto que começa por "O povo é bom tipo" e acaba com "Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há de poder, porque se perde em querer."
Qualquer coisa digital
MDC > "Um Discurso Digital. O da cassete já não encanta os Portugueses e os resultados do PCP mostram-no. O PCP tem que inovar."
Humor para rejuvenescer
TF > "Prato de consoada: nunca é tarde para recuperar a Juventude perdida e voltar a viver a vida. Um homem novo, num modelo velho e caduco. Fatia de Bolo Rei: audição diária do "Homem que Mordeu o Cão" rubrica radiofónica de Nuno Markl. Para que haja humor e alegria nas hostes comunistas.
Os sonhos inquietos
VC > "Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também." As palavras oferecidas a Paulo Raimundo são de Bernardo Soares, o ajudante de guarda-livros que morava na Rua dos Douradores, de acordo com a forma como Fernando Pessoa o fez nascer.
Trabalhos manuais para unir tudo
MDC > "Um tubo de cola. A líder do BE vai ter a tarefa hercúlea de tentar segurar muitos dos seus eleitores que irão identificar-se com o perfil e posicionamento de Pedro Nuno Santos. E, com o surgimento da AD, crescerá uma tendência de voto útil no PS. Segurar os votos do BE não vai ser fácil. Talvez com cola..."
Bolos e reflexões de Gandhi
TF > "Prato de consoada: pão de Deus, para ver se a luz ilumina a matéria do Bloco. Fatia de bolo rei: deixo-lhe uma frase de Mahatma Gandhi à falta de democracia interna do BE e aos excessos de egos carregados de intelectualidade que por alo pululam. "Quando vocês discutirem, não deixem que os vossos corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta, que não mais encontrarão o caminho de volta". Sugestão de leitura: A Economia do Bem Comum de Christian Felber."
Ser a mudança
VC > "Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é", escreveu Fernando Pessoa, enquanto ele próprio.
Criatura de companhia
MDC > "Um animal de companhia. Para o caso de a deputada continuar sozinha no Parlamento."
Coisas verdes e humanidade
TF > "Prato de consoada: Algo vegetariano para a líder do Partido dos Animais.
Fatia de bolo rei: esta frase de Miguel Torga "tempos que não voltam mais...mas permanecem verdes vegetais no silêncio profundo das raízes..." Que o partido seja também por pessoas. Altura para poder rever o propósito e a missão. Pode ser necessário ser menos fundamentalismo e mais humanista.
Nunca tocar em nada
VC > "A única aristocracia é nunca tocar." Este excerto de Bernardo Soares, oferecido à líder do PAN, sucede a "Ver e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais" e antecede "Não se aproximar - eis o que é fidalgo."
Um amplificador para a voz
MDC > "Um megafone. Um homem só, numa guerra eleitoral, com tanta concorrência para o mesmo espaço político, não precisa gritar se tiver as ferramentas certas."
Um bolo rainha
TF > "Prato de consoada: um pequeno conselho de Churchill - "A política é a habilidade de prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem, no mês que vem e no ano que vem. E ter a habilidade de explicar depois por que nada daquilo aconteceu". O Rui Tavares perde-se em notas e pautas explicativas sobre tudo. Menos filosofia e maior praticidade. Fatia de bolo rei: desta vez escolha um bolo rainha.
"A monotonia das vidas vulgares"
VC > Bernardo Soares é também uma oferta para o líder do Livre, através do excerto "Quem nunca saiu de Lisboa viaja no infinito no carro até Benfica, e, se um dia vai a Sintra, sente que viajou até Marte". Surge num texto em que o primeiro parágrafo começa por "A monotonia das vidas vulgares".
Mostrar os quadros ao país
MDC > "Um martelo e pregos. Sendo que é reconhecido, pela generalidade da opinião publica e comentadores, que o CDS é um partido que integra um conjunto de quadros de qualidade será esta a oportunidade de Nuno Melo criar um Grupo Parlamentar próprio e "expor" os seus quadros ao país."
Literatura para todos os gostos
TF > "Prato de consoada: "Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado" a frase de Gandalf a Frodo, retirada de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolien, é apropriada ao momento da AD que salvou o CDS da provável extinção. Fatia de bolo rei: livro de Manuel Pinto Coelho Chegar novo a Velho, para ver se o Nuno Melo abre novos espaço às ideias dos mais novos.
A democracia cristã
VC > Bernardo Soares conclui o bloco de poesia oferecida por Vítor Cunha aos líderes políticos portugueses, desta vez com o líder centrista como contemplado. "Deus é o existirmos e isto não ser tudo."