Que polícia queremos para a nossa sociedade?
Os patrulheiros dos Postos Territoriais, tal como a generalidade dos militares, não têm uma formação contínua (além da inicial) sobre como usar a força. Este tipo de instrução é de uma importância vital, porque uma atuação firme e eficaz impede o escalar da gravidade das situações e confere confiança aos militares da GNR para uma boa intervenção.
Urge a utilização de bodycams pelos patrulheiros, nas situações onde se justifique o uso da força necessária e deste modo registando a atuação toda e não apenas aquela que padece de críticas.
Depois da formação estar regulamentada e em prática será preponderante a dotação de mais meios não letais ao seu dispor e não como é mais comum, o bastão e algemas, ou seja, os elementos deviam poder recorrer a gases neutralizantes e armas elétricas, conhecidas como taser, para imobilizar e deter pessoas violentas.
Desde a situação ocorrida em Reguengos (quando a Câmara Municipal criticou a falta de efetivos da GNR, na sequência de um caso de violência), desconhecem-se consequências, ilações e alteração de procedimentos, quer internos pela GNR, quer da tutela, não se sabendo se se resolveu a falta de efetivos no Comando Territorial de Évora. Unicamente sabemos que a única consequência foi que dois militares da GNR foram punidos disciplinarmente.
Note-se ainda que os elementos policiais são escrutinados, mas a comunicação social oculta muitas vezes os factos sobre o que provocou a intervenção policial e politicamente é tomada a parte que socialmente colhe mais simpatia (anti-autoridade).
Temos noção de que os efetivos não vão aumentar tão depressa, que vamos continuar a realizar a esmagadora maioria das diligências do poder judiciário, que a GNR é vital para a boa execução de diversas tarefas como proteção e socorro, controlo de fronteiras, etc...
É essencial desmaterializar a Guarda, implementar sistemas úteis e eficazes, de forma a que se libertem recursos para a componente operacional na rua, sendo também de extrema importância que as condenações aplicadas por agressões e coação/resistência a elementos policiais sejam rápidas e com o objetivo de acabar com o sentimento de impunidade, que cresce de dia para dia.
Coordenador da Delegação do Sul da APG-GNR