Quattro Teste: cocktails de culturas
Uma italiana e um basco viviam em Amesterdão até que um dia se fartaram do frio e da chuva e rumaram ao sul. Podia ser o início de uma história de ficção, mas não. Essa foi mesmo a realidade do basco Alf de Portillo e da italiana Marta Premoli que há uns meses escolheram Lisboa para viver e abrir o seu negócio o bar de cocktails e comida, Quattro Teste.
Para além da vontade de ter mais dias de sol a premissa foi que não iriam para nenhum dos seus países de origem, contam ao DN a sorrir e como se essa fosse a última escolha das suas vidas. Mudaram-se e começaram à procura de um local para colocar em prática a sua experiência: ele, Alf del Portillo, foi bartender no Reino Unido, Índia e os já mencionados Países Baixos. O basco chegou mesmo a representar a Índia no World Class Cocktail Competition em 2015... e venceu a competição.
Nessas andanças, conheceu em Londres a italiana Marta Premoli, que por lá geria equipas numa internacional de hotéis e pubs numa multinacional do ramo.
O seu poiso de Lisboa chama-se Quattro Teste e o seu conceito pode ser explicado pelo nome, que em italiano quer dizer quatro cabeças. O nome é inspirado no Lauburu, o símbolo do povo basco, sendo que Lau significa quatro e buro cabeças, significa não só as regiões bascas mas também "a mescla de locais e culturais que dá vida a este bar". É esse o propósito, conta-nos. "Escolhemos Lisboa para esta nova aventura, uma cidade que adorámos, e onde percebemos que há um enorme dinamismo e liberdade para ser criativo", explica Alf e Marta acrescenta: "O Quattro Teste representa a nossa história, pessoal e profissional, as nossas culturas e aquilo que somos".
Essa mistura de culturas, com a basca e a italiana a liderar, é perceptível nas bebidas, logo pela cidra basca que saí diretamente de uma pipa da parede que ninguém é indiferente no bar. Esta é cidra a sério - como se faz no norte de Espanha - e pouco ou nada tem a ver com as versões demasiado açucaradas que se encontram nos supermercados e cafés portugueses. A experiência que pode começar por aí.
E se o leitor conseguir largar a sidra, há uma panóplia de cocktails de autor à escolha. Duas bebidas que os próprios indicam serem quase "obrigatórias", os negronis (9 euros) e o cocktail basco Kalimotxo (9 euros). E continuado com a herança basca, o cocktail Usoa (9,5 euros) ou o Montenegro Puch (12,5 euros). De Itália os destaques vão para o bastante visual Angelo Azurri (11 euros) ou o frutado e cremoso Strawberries & Cream (10 euros). Claro que também existem opções não alcoólicas, não muitas, mas há.
E para além da carta de cocktails, há uma carta de petiscos - a partir das 17h-, com por exemplo uma tábua de cinco pintxos (16 euros), escolhidos pela dupla da casa, ou de queijo e salame (10 euros). Mil-folhas (3,5 euros), escabeche de carapau assado (3,5 euros), Focaccia (3,5 euros) e a típica Lasanha (4 euros).
Convém sublinhar que o objetivo de misturar culturas no Quattro Teste é conhecido. Misturas bem feitas e surpreendentes para o gosto dos portugueses, e não só. No dia que o DN visitou o espaço, ouvia-se francês e inglês entre os clientes. Um novo bar com opções diferenciadas do habitual. E a simpatia dos donos faz o resto - nas mesas ou ao balcão.