Quatro noites na casa dos fadistas para gravar "O Fado em Nós"
"Foi como se estivesse a cantar numa casa de fado", conta ao DN Pedro Moutinho. Para o seu quinto álbum decidiu não se fechar num estúdio com os seus músicos. Procurava com isso uma espontaneidade que, por vezes, só se alcança em cima do palco ou na casa de fado. Seguir a sua intuição e viver o momento. Escolheu o Museu do Fado - "a minha casa e a de todos os fadistas" - e durante quatro noites gravou uma série de temas que viriam a resultar no quinto álbum, O Fado em Nós, que chega às lojas no dia 26.
"Já há alguns anos que queria gravar um disco em que não estivesse fechado em quatro paredes", diz. "Andava à procura de algo mais autêntico, do agora. Quando pensei nisso lembrei-me logo do Museu do Fado, que é muito importante por toda a história que está aqui documentada." Pedro Moutinho recorda como "antigamente os grandes fadistas, quando iam gravar um disco, gravavam ao lado dos seus músicos, todos ao mesmo tempo", o que permitia que a espontaneidade vingasse.
Há sempre uma grande diferença entre o estúdio e o palco, cada um com a sua verdade. "Quando chego a um palco não tenho tempo para pensar. Tem muito que ver com a minha entrega naquele momento. E este tipo de ambiente é difícil de se criar num estúdio. Mas não menosprezo esse tipo de trabalho, até porque até aqui só fiz discos de estúdio e sei que o voltarei a fazer", salienta.