O rapper Kanye West chorou, no domingo, ao proferir um discurso antiaborto durante uma manifestação política confusa, em Charleston, Carolina do Sul, na qual lançou a sua candidatura à presidência dos Estados Unidos..Vestido com um colete à prova de balas com a inscrição "segurança", Kanye West fez um discurso incoerente durante uma reunião reservada aos convidados. Segundo a imprensa americana, todos tinham de usar máscara e respeitar as regras de distanciamento social..A estrela do rap disse que queria que a sua mulher, Kim Kardashian, abortasse quando ela estava grávida de sua filha North, e falou sobre seu pai.."O meu pai queria que minha a mãe abortasse. A minha mãe salvou a minha vida. Não haveria Kanye West, porque o meu pai estava muito ocupado", disse o cantor, que começou a chorar neste momento..Logo depois, disse algo de forma incompreensível por um minuto e gritou: "Quase matei a minha filha! Eu quase matei a minha filha!"..Noutro momento do seu discurso, West afirma que a célebre abolicionista americana "Harriet Tubman nunca libertou realmente os escravos, ela apenas fez os escravos trabalharem para outros brancos"..Algumas das passagens de seu discurso circularam nas redes sociais, causando indignação e preocupação com a saúde mental do cantor..West anunciou a sua candidatura à Presidência em 4 de julho no Twitter..Durante uma reunião com o presidente Donald Trump na Casa Branca em 2018, o rapper usava um boné com o lema do bilionário "Make America Great Again". Agora, diz ter retirado o seu apoio ao republicano..West não chegou a tempo de se inscrever na lista oficial de candidatos em vários estados, mas está na lista do Oklahoma..Alguns observadores acreditam que sua campanha poderia prejudicar a do candidato democrata Joe Biden, especialmente nos estados mais disputados, onde Trump venceu com uma margem mínima em 2016 e onde as pesquisas atualmente o colocam atrás do ex-vice-presidente de Barack Obama.."Dizer que o voto negro é democrata é uma forma de racismo e supremacia branca", disse West à revista "Forbes" no início deste mês, reconhecendo que ele não hesitaria em lutar com Biden pelos votos da minoria afro-americana que frequentemente vota nos democratas.