Em 2015, as autarquias tiveram cerca de 38 mil desempregos a trabalhar a baixo custo, colocados pelos centros de emprego no âmbito dos Contratos Emprego-Inserção, avança hoje a TSF. A estação de rádio indica que os números são avançados pelo Bloco de Esquerda e são oficiais..Através destes contratos emprego-inserção, foram colocados a trabalhar nas autarquias 38 mil desempregados. Além destes, 18 mil foram para instituições particulares de solidariedade social e outros 12 mil para a administração central..Contas feitas, do total de 110 mil funcionários nas autarquias, um terço vem deste programa que consiste, segundo o site do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), na "realização de trabalho socialmente necessário por parte de desempregados beneficiários de subsídio de desemprego ou de subsídio social de desemprego"..O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Instituto do Emprego e formação Profissional não confirmam nem desmentem os números avançados à TSF pelo Bloco de Esquerda argumentando que os contratos emprego-inserção estão a ser alvo de estudo por parte de um grupo de trabalho do Governo..No entanto, realça a TSF, estes estão muito próximos dos 65 mil avançados pelo IEFP em documentos públicos..O Bloco de Esquerda entregou ontem uma pergunta no Parlamento para saber quantos trabalham no Estado em situação precária, objeto de um estudo que, segundo avançou o deputado José Soeiro, já deveria estar concluído desde outubro..Além disso, recorda a TSF, em meados do mês passado o parlamento há tinha aprovado uma recomendação ao Governo para que publique os dados..O presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP), admitiu à TSF que os números revelados pelo BE são "altamente significativos". Manuel Machado lembrou as restrições que existem nos últimos anos para contratação e defendeu que estas pessoas fazem falta nos serviços. "São precisas estas e muitas mais", disse. O autarca defendeu que estas pessoas deveriam poder, ao fim de um ano, ser integradas nos quadros, algo que agora a lei não permite..O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), José Correia, também considerou em declarações à TSF que os contratos emprego-inserção são uma forma de "escravatura dos tempos modernos", em que os desempregados trabalham com contratos anuais, sem direito a férias e "e com bolsas absolutamente ridículas"..Já em 2014, este assunto levara a provedoria de Justiça a acusar o Estado de fazer um uso abusivo e ilegal destes programas.