Quaresma volta a dizer sim na hora da decisão

Êxito. Foi só nos penáltis que Portugal se qualificou, depois de um jogo pouco conseguido e em que Cristiano Ronaldo esteve desinspirado
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Portugal volta a estar entre os quatro melhores da Europa! Bateu a Polónia nos pontapés da marca de grande penalidade e vai jogar na quarta-feira em Lyon a meia-final com a Bélgica ou o País de Gales.
Foi um final tremendo, porque só ao quarto tiro alguém falhou - Rui Patrício fez uma grande defesa ao remate de Blaszczykowski e fez que um golo de Quaresma no quinto pontapé valesse a vitória de Portugal. Quaresma foi competente e outra vez decisivo, como tinha sido nos oitavos com a Croácia, então ainda no prolongamento. Ontem, os 30 minutos suplementares foram penosos. Ronaldo podia ter resolvido, mas não era a sua noite.

De resto, foi outro jogo muito pouco conseguido da seleção e se Fernando Santos tinha dito que era preciso começar bem acordadinhos, não foi isso que aconteceu, porque ao segundo minuto já estava a perder, num lance que parecia de apanhados: Ronaldo desinteressou-se, Piszczek fez um passe longo para o outro lado do campo, que teria sido fácil de cortar, mas Cédric deixou a bola passar, Grosicki ficou com ela e cruzou para a marca de penálti, Lewandowski fez o golo de primeira com o pé direito.

Portugal defendeu sempre muito mal, perante uma Polónia que tem bons jogadores mas limitados na defesa, sobretudo, e que tem um contra-ataque complicado, mas não mais do que isso. Portugal foi pouco equipa, sempre desconjuntada, pouco definida, com medo de assumir o jogo por causa do contragolpe polaco. E portanto andou-se ali, mais a reagir do que a agir, nunca Portugal marcou o seu território e acabou até por ter menos posse de bola, embora tenha tido mais remates, cantos, ganhado mais duelos e cometido menos faltas. Mas ao fim de 90 e 120 minutos não mereceu ganhar mais do que o adversário assim de forma clara. Apesar de ter melhor equipa. Ou seja, foi uma equipa conservadora e pouco ambiciosa, num 4-4-2 que nunca se percebeu bem o que era, nunca foi carne nem peixe, não parecia que mesmo os jogadores soubessem bem o que tinham de fazer. Mas Renato lá conseguiu marcar um golo ainda antes do intervalo, numa troca de bola com Nani. Um belo tiro de pé esquerdo, da entrada da área, desviou em Krychowiak e entrou no poste mais próximo - também já temos o nosso golo de ressalto. O primeiro golo do jogador mais jovem titular neste Euro. E fez um bom jogo, embora com as limitações defensivas conhecidas.

De sublinhar que, pouco antes, o árbitro alemão Brych e a sua equipa tinham deixado em claro uma grande penalidade de Pazdan sobre CR7 - incrível o empurrão no meio da área, do central polaco, que passou despercebido ao juiz.

Ganhar sem brilho

A Polónia fez, como tem sido habitual, uma boa primeira parte, para cair depois. Tem sido sempre assim e o seu treinador não muda de hábitos, e faz as substituições tarde. E só fez duas, num jogo destes: a primeira aos 82", a segunda aos 98". O seu 4-4-2 tem os pontos fortes no meio (Krychowiak e depois Milik e Lewandowski à frente) e ainda Grosicki à esquerda, mas não aguenta 90". Blaszczykowski já tinha marcado dois golos neste Euro, mas no desenvolvimento do jogo nunca foi tão importante como Grosicki, ala do outro lado que deu algumas dificuldades a Cédric - enquanto, desta vez, Eliseu esteve em bom plano.

A Portugal faltou por exemplo um Cristiano mais inspirado, porque falhou três golos: aos 55" após um bom contra de William e Nani; aos 85" após passe de morte de João Moutinho; e no prolongamento num lance em que não se conseguiu enquadrar com a bola. Uma equipa pobre com um CR7 desinspirado só podia dar uma noite de sofrimento, como deu.

Fernando Santos meteu Moutinho aos 73" (saiu Adrien) e Quaresma aos 80" (saiu João Mário) e a equipa ganhou ascendente. Danilo só aos 98" substituiu um cansadíssimo William, mas nesses 30" já não havia forças e a Polónia também não arriscou nada. Ganhámos sem muito brilho, mas estamos nos quatro melhores!

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