Quando um beijo não mata mas mói

Vulgarmente conhecida como doença do beijo, a mononucleose é uma infeção transmitida geralmente através da saliva. Por norma, dura entre duas e quatro semanas, mas a fadiga que daí resulta pode prolongar-se durante meses.
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O QUE É?
A mononucleose infecciosa é uma infeção contagiosa que afeta os linfócitos B, produtores de anticorpos, e invade as células que revestem o nariz e a garganta. É causada pelo vírus Epstein-Barr, da família do herpes.

PORQUÊ O NOME?
Ficou conhecida como "doença do beijo" por a forma mais frequente de transmissão da doença ser através da saliva. O vírus - Epstein-Barr - deve o nome ao patologista britânico Michael Anthony Epstein e à virologista irlandesa Yvonne Barr, que o descobriram e documentaram.

QUAL O RISCO?
A transmissão pode ocorrer através de objetos infetados como copos ou escovas de dentes. Raramente é passada durante relações sexuais ou transfusões de sangue. O período de incubação varia entre os 30 e os 45 dias, enquanto o período de transmissão pode durar mais de um ano.

AFETA MUITA GENTE?
Afeta cerca de 98% da população. Normalmente durante a infância (principalmente até aos 5 anos) ou a adolescência, sendo muito rara em adultos. Embora não existam dados sobre a realidade da doença em Portugal, uma vez que esta não consta na lista de doenças da Direção-Geral da Saúde, Jaime Nina, presidente do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e especialista em doenças infecciosas, diz que às unidades de saúde chegam "muito poucas pessoas" com mononucleose. No Hospital Egas Moniz, em Lisboa, chegam em média três a quatro pessoas por ano com este diagnóstico.

QUAL O TRATAMENTO?
Não há um tratamento específico para a mononucleose. A cura normalmente envolve duas a quatro semanas de repouso, anti-inflamatórios e analgésicos e ingestão de muitos líquidos.

QUAIS OS SINTOMAS (podem ser difíceis de detetar porque são semelhantes aos da gripe):
- Febre
- Dores de garganta
- Dor de cabeça
- Tosse
- Sensação de mal-estar
- Erupção cutânea

No caso da mononucleose, estes sintomas prolongam-se um pouco mais no tempo do que na gripe e a fadiga é maior. "Na grande maioria dos casos não há muitos sintomas", diz o infecciologista Jaime Nina. Para confirmar o diagnóstico são feitos exames sorológicos ou um hemograma completo.

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