Nasceu em Vila do Conde, portanto é um homem do norte, aqui da zona do Porto. Recorda-se da primeira vez que veio ao Museu Nacional de Soares dos Reis? A primeira vez que vim ao Museu Nacional de Soares dos Reis foi no contexto de visita escolar. Como muitas pessoas da minha idade, as primeiras grandes visitas aos museus eram feitas através de visitas escolares. E foram muitas visitas académicas ao longo dos anos, nos vários graus de ensino, até que comecei a ter o meu próprio interesse por visitar algumas exposições que iam acontecendo aqui também no Museu Nacional de Soares dos Reis..A criança que veio aqui pela primeira vez ao museu não imaginava trabalhar em museologia? Jamais. Deixe-me dizer-lhe que a criança que veio pela primeira vez ao museu, a este museu e a outros, nunca imaginava ter a carreira que teve. Porque nunca a planifiquei. Há pessoas que têm um sentido de carreira muito, muito, determinado. A minha carreira foi acontecendo, tendo em conta um conjunto de circunstâncias que se foram cruzando comigo ao longo da minha vida..Mas a História nas suas paixões surgiu cedo? Sim, as humanidades mais, sim. Na altura em que entrei para a faculdade estava entre a Sociologia e a História. Acabei por entrar em História, fiz a licenciatura em História, sabendo porém que não queria dar aulas. Depois, na altura, o primeiro emprego que tive a possibilidade de ter, em 1994, foi nos museus de Vila do Conde. E foi a partir daí que enveredei toda a minha formação académica para a área da museologia e confesso que hoje não me veria a fazer outra coisa. De facto, aconteceu por forma circunstancial, mas ainda bem, porque é uma área que eu gosto muito de trabalhar. Eu trabalho há cerca de 30 anos em património cultural, muito na gestão. Tento sempre ter uma perceção geral das coleções, tento ter uma perceção daquilo que podemos extrair das coleções, como é que as coleções nos podem ajudar a cumprir a missão das instituições em que nós trabalhamos. O museu não pode ser uma coleção e uma outra coisa em simultâneo. A coleção tem de ser o cérebro que determina toda a ação do museu. Isto não quer dizer que o museu, por ser museu, não possa pensar ao lado. Pode e deve tentar procurar pensar ao lado. Deve tentar procurar pensar os temas da contemporaneidade. Como dizem muitos autores, os museus não são alheios à realidade em que vivem..Sei que se candidatou para ser diretor deste museu - que é um dos mais importantes a nível nacional e, claramente o grande museu desta parte norte do país. Já me disse também que a sua carreira foi muito casuística até um certo ponto. Mas havia a partir de certa altura um sonho de ser diretor deste museu? Ou seja, era uma ambição legítima de quem é um homem do norte e está nesta área um dia dirigir o museu mais emblemático? Eu vou dizer-lhe. A minha carreira começou no Museu Municipal de Vila do Conde. O primeiro grande salto que eu dou, depois de alguns anos, é quando eu vou para o Paço dos Duques, em Guimarães. E em Guimarães eu percebo que, se calhar, até tenho capacidade para gerir instituições diferentes e maiores. E depois, em 2013, concorri também para diretor regional de cultura do norte e estive sete anos e meio no cargo. Algo que me fez crescer imenso, que me fez não só conhecer o património, mas também pensar o património de uma outra forma..O norte aí é o quê? É alguma coisa que possa imaginar entre a fronteira norte, a fronteira interior, o oceano e o Douro Sul. Estamos a falar daquilo que equivale à NUT 2 Norte Centro..Ou seja, entra nos distritos de Aveiro, Viseu e Guarda? Sim, inclui os distritos de Aveiro, Viseu e Guarda. Portanto, eu não só começo a conhecer o património de uma forma diferente, começo a pensar o património de uma forma diferente. E ao fim de sete anos e meio achei que queria voltar aos museus. E já há algum tempo que eu achava que podia dar algum contributo para o Museu Nacional de Soares dos Reis. Tendo consciência de que é um museu que passou por muitas dificuldades nos últimos anos, e eu nunca falarei sobre as gestões anteriores, cada pessoa geriu, certamente, da forma que melhor pôde e soube. Eu trago uma visão diferente ao museu. E trago uma visão de alguém que acha que o património é muito relevante enquanto instrumento de memória, mas só se torna, de facto, importante quando ela é colocada à disposição do público..O assumir de funções e esse desafio, de deixar a sua marca, é facilitado por uma dupla contingência também, que é o museu ter fechado para remodelação e depois também ter estado a meio gás por causa da pandemia e, portanto, tirando algumas exposições permanentes como a dedicada à Índia ou esta agora sobre esmalte, pode agora reabrir com a sua marca. Além disso, há uma outra contingência. A anterior diretora aposentou-se. E portanto abriu-se um concurso livre de constrangimentos. Que não é que não fosse, mas o nosso universo profissional é muito pequeno e somos todos amigos uns dos outros..Não gostaria de concorrer contra a antiga diretora? Exatamente. Portanto, acho que entro no momento em que é possível ter um museu diferente. Fazer um museu diferente. E naturalmente, de acordo com aquilo que eu acho os museus também devem ser na contemporaneidade. Que devem ser museus que conservam as suas peças, estudam as suas peças, mas que esta conservação e este estudo tem de ser disponibilizado ao público. Temos de olhar sempre para fora da nossa casa..Quando chega aqui ao Museu Nacional de Soares dos Reis, cheio de projetos certamente, também tem de ter em conta as coleções aqui no Palácio dos Carrancas e que são extraordinárias? Este é o primeiro museu de arte do país e, portanto, a coleção do Museu Nacional de Soares dos Reis é muito diversificada. Nós temos um peso muito grande da pintura da Academia do Porto, da Escola de Belas-Artes do Porto, aliás a determinada altura a gestão do próprio Museu de Estampas e Pinturas do Porto foi assumida pela Academia de Belas-Artes. E, portanto, temos obras de Aurélia de Sousa, de Marques da Silva, de Silva Porto, de Alberto Carneiro. E, claro, do Soares dos Reis..Um núcleo fortíssimo. É um dos grandes núcleos do museu. E depois também os modernistas todos a partir dos anos 1950 ao século XX, todos os grandes pintores até aos anos 1970. Mas é também um museu que integra uma grande coleção de artes decorativas, porque o museu quando surge, surge também para albergar obras de arte que vêm de mosteiros e conventos extintos. Depois também vai receber, já no século XX, uma parte significativa do acervo do Museu Municipal do Porto que é extinto e, portanto, que faz integrar no depósito do museu todo um conjunto de mobiliário, cerâmicas, têxteis, material que vem das colónias, do Oriente, do Brasil. A nossa coleção é uma coleção muito diversificada. Vai desde a ourivesaria, a cerâmica, o vidro, a porcelana, a pintura, a escultura. É uma coleção que tem de ser muito trabalhada para que ela ganhe sentido. Tem de ser explicada para que ganhe sentido..E o seu objetivo é que essa coleção não seja vista como uma coleção permanente que se visita uma vez e está vista, mas que seja algo que esteja sempre em evolução? Acho que devemos, cada vez mais, tirar do léxico da museologia a questão do permanente. O que nós estamos a fazer no Museu Nacional de Soares dos Reis neste momento, para além da nossa política de exposições temporárias e que alimenta a curiosidade da vinda ao museu porque haverá exposições em circulação permanente, é não ter uma chamada exposição permanente, mas sim ter uma exposição de longa duração que, mesmo nesta longa duração, vai ter a possibilidade de ter rotação de peças..Para si longa duração corresponde a um espaço temporal? Neste caso concreto sim. Explico-lhe porquê. Como eu lhe disse, o Museu Nacional de Soares dos Reis tem na sua génese o primeiro museu de arte do país. É criado por D. Pedro IV em 1833. E, portanto, está a pouco mais de dez anos do seu bicentenário. E eu entro no museu numa altura em que o museu está, fruto da contingência, sem exposição de coleção. A exposição de coleção que estamos neste momento a programar é uma exposição que nós pensamos para dez anos. Precisamente a exposição que levará o museu dos 190 aos 200 anos. E que é uma exposição que vai mostrar os grandes ícones da coleção. Naturalmente queremos mostrar, porque as pessoas vêm ver, vêm ver o Pousão, vêm ver o Marques da Silva, vêm ver o António Carneiro e muitos outros, e vêm ver os Biombos Namban, vêm ver o mobiliário e a cerâmica, etc. Mas vão ser despertadas também para outras coisas. Vão ser despertadas para a própria história do museu. Como é que o museu se foi construindo ao longo de 190 anos, e de que forma a própria coleção foi surgindo e se vai construindo..A lógica da exposição é mostrar não uma cronologia de obras de arte, mas sim do museu. Exatamente. Nós não faremos uma cronologia de história de arte, faremos uma cronologia da vida do museu. Que eu acho que é alguma coisa que o próprio museu precisa também de fazer, de mostrar às pessoas..Disse que o museu foi criado pelo D. Pedro IV. O Palácio dos Carrancas, que é, neste momento, onde está o museu, foi também o Paço Real, porque aqui viveu D. Pedro enquanto viveu no Porto durante a revolta liberal, mas não é a sede original do museu. Não. O museu não é criado neste espaço, o museu é criado noutro ponto da cidade, em São Lázaro, onde hoje é a Biblioteca Pública Municipal do Porto, perto da Faculdade de Belas-Artes, precisamente. Por isso essa ligação à Academia, quase umbilical, que aquilo é porta com porta. O museu, depois de várias vicissitudes, nos anos 40 do século XX é transferido para este edifício. Quanto se pensa na política patrimonial dos anos 1940, dos anos 1930 e 40, pensa-se que o museu precisa de uma nova dignidade, o museu precisa de um novo espaço, e é convidado o doutor Vasco Valente para fazer a transferência do museu dos Edifícios de São Lázaro para o Palácio dos Carrancas, que depois de ter sido Paço Real também passou por várias vicissitudes, chegou às mãos da Misericórdia do Porto e foi esta que vendeu o edifício para ser instalado o Museu de Soares dos Reis. Edifício que foi adaptado da sua função de habitação para a sua função de museu. O doutor Vasco Valente, que na altura ficou encarregue desta transferência, visitou vários museus na Europa e criou condições que eram as melhores que havia na época. Só queria voltar aqui um bocadinho atrás, para dar aqui uma nota. Como vimos, o museu é criado por D. Pedro IV, mas é criado numa senda internacional de criação de museus, como é o caso do Prado, que é criado pela sua irmã, rainha de Espanha, e o Louvre, que tinha sido criado há 40 anos. Portanto, há toda uma nova dinâmica cultural europeia que vem da Revolução Francesa, que o Liberalismo acaba por acentuar, de necessidade de dar, organizar instituições culturais que permitam que as pessoas possam ter acesso também para as obras de arte..O ser no Porto é uma coincidência pela passagem de D. Pedro IV? Ou é o Porto uma cidade mais aberta, mais comercial, mais cosmopolita, logo a pioneira certa para um museu? O Porto é uma cidade onde tudo está a acontecer no início do século XIX. Todo este processo liberal está a acontecer em Portugal a partir da cidade do Porto. O facto de o rei vir aqui instalar-se também cria condições para que ele faça a instituição do museu aqui na cidade. E, portanto, isto acaba por ser muito orgânico..O espaço em que estamos, este Palácio dos Carrancas, que já teve várias intervenções, também do arquiteto Fernando Távora, não é possível pensar na organização do museu sem ter em conta o espaço onde esse museu está. Portanto, aquilo que está pensado tem de se adequar a este edifício. É uma vantagem ou uma desvantagem, este edifício? É um desafio. Nós neste momento temos duas premissas, ou melhor, temos três premissas. Temos um edifício, uma coleção e uma história que queremos contar. E o grande desafio que nós temos é de conseguir encontrar forma de, neste edifício, colocar a coleção de forma a que consigamos contar a nossa história. E, portanto, não é fácil porque todos os curadores de coleção, todos os conservadores e gestores de coleção gostavam, certamente, de expor muito mais peças. Só que nós também temos consciência, hoje, na museologia que, muitas vezes, o excesso de peças em exposição nem sempre é benéfico..Tem de deixar o que está exposto respirar, não é? As pessoas precisam de ter espaço para olhar para os objetos. Nós podemos ter aqui vários contextos da exposição, podemos ter salas onde vamos mostrar densidade, para mostrar coleção e mostrar, não o objeto, mas mostrar a importância da coleção. Mas temos objetos que têm de respirar. Nós quando pensamos nas obras-primas do museu....Por exemplo, o Desterrado, escultura magnífica de Soares dos Reis... Quando eu penso no Desterrado, o Desterrado tem de ter espaço. É uma peça de tal forma relevante e importante, que precisa de espaço para poder ser vista em toda a sua dimensão. Não pode estar sufocada por um conjunto de outros objetos..Quando alguém, ao passar no museu, também destaca uma peça, está automaticamente a dizer ao público "deem uma relação especial a esta peça". Mas isso é o património cultural. O património é sempre uma seleção. Se nós pensarmos nos grandes monumentos, se nós pensarmos nos grandes objetos da arte portuguesa ou internacional, ou nos grandes momentos da história, é sempre uma seleção de quem está na responsabilidade de escolher..E portanto quem visita este museu terá que ver o Desterrado e é capaz de me dizer mais uma ou duas peças? Vai ver o Desterrado, vai ver, certamente, Casas Brancas Capri, do Pousão, vai ver o Esperando o Sucesso, vai ver a Aurélia de Sousa, vai ver os Biombos Namban, vai ver as peças que são icónicas da coleção, naturalmente, não é? Elas todas foram escolhidas para serem objetos patrimoniais, porque são referenciais e, desde sempre, os historiadores da arte e os patrimonialistas as trouxeram para um olimpo das peças da coleção do museu. Mas estas peças também têm de contar outras histórias. Têm de contar as histórias da Academia das Belas-Artes do Porto, dos seus autores, não só na sua dimensão nacional, mas na sua dimensão internacional. Quem foram os autores internacionais ou os artistas internacionais que estes autores contactaram e se inspiraram? Porque grande parte destes autores fizeram percurso internacional. Portanto, fizeram Academia no Porto e depois fizeram Academia em Paris, em Roma e Florença, em muitos sítios. E, portanto, eles não são fruto só de um sítio. Eles são fruto de um conjunto de contacto internacionais que fazem fazer. Soares dos Reis é o primeiro pensionista do Estado para ir para o estrangeiro estudar..Como um homem dos museus, se lhe perguntar, lá fora, dois ou três museus que são, para si, um exemplo, quais diria? Ou melhor, quais aqueles que pessoalmente o impactam? No outro dia fizeram-me essa pergunta e eu vou repetir. Tenho de ser coerente. O museu que mais me impactou, entre todos que eu visitei, e que acho que consigo ver ainda ao fim de alguns anos todas as vitrinas, foi o Museu Judaico de Berlim. É claramente o museu que mais me emocionou do ponto de vista da história que conta, e da articulação que existe entre a história, a coleção e a arquitetura. Acho que há ali uma relação entre estes três fatores que mexe emotivamente muito com os visitantes. Depois há outros museus que acho que são extraordinários. O MASP de São Paulo é um museu maravilhoso, e ainda por cima tem uma coleção de artes plásticas também muito transversal, que vai desde os inícios do medieval até ao contemporâneo. Mas também por aquilo que ele simboliza, de contestação social. Porque o museu é tido como o ponto de partida das grandes manifestações sociais em São Paulo. Depois claramente, em Nova Iorque, há um conjunto de museus que são extraordinários. Em muitos museus da Europa, sem pôr em causa o que são os próprios museus, são muitas vezes as peças o que os distingue..E dos museus portugueses, qual prefere? Excluindo este de que é diretor. Há muitos museus que são muito interessantes em Portugal. Por exemplo, o Museu do Azulejo é um museu de que eu gosto muito. Pela tipologia de coleção, que é uma coleção que nos aproxima muito àquilo que é a portugalidade e a uma relação também do cosmopolitismo internacional que o próprio azulejo tem. Claro, o Museu Nacional de Arte Antiga pelas coleções que tem. E depois há todo o museu da Fundação do Coa, onde eu também já tive responsabilidade. Acho que é hoje uma peça icónica, também, mais uma vez, onde a arquitetura joga um papel determinante no próprio impacto que o museu tem. E a relação do museu interior com o espaço exterior, a relação entre o sítio do objeto e a explicação do objeto, são conceitos muito, muito interessantes. E depois, não tão propriamente museus desta dimensão, estão a surgir neste território do norte, que eu conheço muito bem, pelas funções que ocupei até vir para o museu, um conjunto de centros interpretativos, que não aspiram a ser museus, mas que desempenham um papel crucial naquilo que é a valorização da salvaguarda do património nas diferentes localidades. Porque são espaços de mediação de cultura que assumem um papel, muitas vezes mais relevante do que os museus, pela forma até mais sacralizada que os museus, com que muitas vezes trabalham nas suas coleções..Entrou aqui como miúdo, nas visitas escolares. Os jovens são um objetivo da sua gestão? Os jovens são um dos objetivos da nossa chegada. E este museu tem vários estudos de públicos, que foram feitos por várias unidades, desde a Universidade do Porto, a estudos encomendados pela Direção-Geral do Património. Nós percebemos, mais ou menos, quem são os nossos públicos, temos essa noção muito aproximada, mas ao conhecer os públicos nós conhecemos, também, muito o nosso não público. O trabalho de manter o público e de aproximar o não público é o grande desafio. E isto não são só jovens. São jovens e são as muitas comunidades de proximidade. Porque o museu não é para os turistas. É também para os turistas, claro. Mas é um sítio também para toda esta gente que mora aqui nas imediações do museu..E aí tem um exemplo para dar de projeto já em curso, não tem? Nós estamos a trabalhar com vizinhos a dois níveis. Estamos a trabalhar com um projeto de arte e saúde com o Hospital de Santo António, que é aqui o nosso grande vizinho, enquanto instituição, e tem cerca de 5 mil trabalhadores e cerca de 5 mil utentes diários. E onde a arte pode desempenhar um papel essencial naquilo que é a minimização dos espaços de doença. A arte como o belo e... de alguma forma confrontar o espaço de dor..São réplicas de peças que são colocadas nesses espaços, para cativar a que se venha visitar aqui. Por um lado para criar uma melhor vivência desses espaços e, também, claramente, para cativar visitas para o museu. E também já reunimos com todos os vizinhos do nosso próprio bairro na perspetiva de os trazer para dentro do museu. Que sintam que há um espaço para todos. Que este não é um espaço só para os outros. E com a nossa comunidade a proximidade é muito importante nesta fase de reafirmação do museu. Não posso deixar de destacar o relacionamento que o museu mantém com o Circulo Dr. José de Figueiredo - Amigos do Museu Nacional de Soares dos Reis, cuja colaboração no passado e para o futuro se afigura muito importante para a concretização de muitos dos projetos deste museu..leonidio.ferreira@dn.pt