Quando os magnatas abrem mão da fortuna

Warren Buffett e Bill Gates lideram a lista dos maiores filantropos da atualidade, em que entra agora Mark Zuckerberg
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O fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e a mulher, Priscilla Chan, anunciaram que vão doar ao longo da vida 99% das suas ações, no valor de 42,3 mil milhões de euros, a uma fundação para melhorar o potencial humano e promover a igualdade. Já com muitos milhões doados, aquele que é um dos mais jovens multimilionários do mundo - em sétimo lugar no ranking da Forbes - junta-se à lista de magnatas generosos, da qual fazem parte nomes como Bill Gates, Tim Cook, Warren Buffett ou Richard Branson.

À semelhança do que foi feito por outros milionários, Zuckerberg comprometeu-se a abrir mão de pelo menos metade da fortuna, em 2010, no âmbito da campanha de filantropia de Warren Buffett e Bill Gates - a Giving Pledge. Trata-se de uma organização que não recebe dinheiro, mas que desafia os bilionários a assumirem o compromisso de doar pelo menos metade da sua riqueza a projetos de solidariedade e filantropia ao longo das suas vidas. Há quem a direcione para educação, saúde, ciência. Cinco anos mais tarde, o fundador do Facebook - que já doou 1500 milhões de euros - escreveu uma carta aberta à filha manifestando a intenção de doar 99% da fortuna à Chan Zuckerberg Initiative.

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O maior doador do mundo

Cofundador da Giving Pledge, o investidor Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, quis ir mais longe e também prometeu abrir mão de 99% da sua fortuna. No ano passado, voltou a ser considerado o maior filantropo do mundo, tendo doado cerca de 2,6 mil milhões de euros. Em 2012, ano em que também estava no top da tabela, concedeu 2,3 mil milhões de euros às três fundações lideradas pelos filhos, ligadas aos bancos alimentares em Iowa e ao combate ao tráfico sexual na Índia. No total, já doou aproximadamente 21,5 mil milhões de euros.

Bill Gates e a mulher, Melinda, apareceram em segundo lugar na lista dos mais generosos em 2014, com doações no valor de 1,2 mil milhões de euros. É para a Fundação Bill e Melinda Gates, criada em 2000, que direcionam as suas dádivas. Esta desenvolve trabalho ao nível da luta contra o VIH, a malária e a tuberculose, problemas que afetam, sobretudo, os países em desenvolvimento. Entre os mais solidários surgem, ainda, George Soros, fundador da Open Society Foundations, com donativos no valor de 691 milhões de euros, e Michael Bloomberg, que doou 436 milhões para causas solidárias.

Já neste ano, o presidente da Apple seguiu as pisadas de outros magnatas e confessou que também irá doar a sua fortuna, avaliada em cerca de 785 milhões de dólares. Aos 54 anos, Tim Cook anunciou que primeiro vai pagar o curso universitário do sobrinho, agora com 10 anos, e só depois abrirá mão de todo o seu dinheiro. No entanto, o líder da Apple adiantou que tem vindo a envolver-se em projetos de caridade de forma anónima. Em declarações à revista Fortune, afirmou, inclusive, que deseja envolver-se nas causas.

Entre os que se associaram à Giving Pledge estão também Richard Branson, fundador do grupo Virgin, e a sua mulher, Joan, que se comprometerem, em 2013, a doar pelo menos metade da fortuna em vida. Branson (fortuna estimada em 4 mil milhões de euros) tornou-se, assim, o primeiro multimilionário britânico a associar-se à causa, ao criar uma fundação sem fins lucrativos que se dedica, entre outros assuntos, à redução das emissões de carbono e à proteção do meio ambiente.

Se numa primeira fase a organização conseguiu convencer 40 magnatas, atualmente são mais de 130. No site da organização figuram nomes como Paul Allen, cofundador da Microsoft que criou um instituto dedicado à ciência do cérebro, e Azim Premji, empresário indiano que apoia a formação de professores e a implementação de programas de computadores na Índia. Ambos têm fortunas que rondam os 15 mil milhões de euros.

Quanto ao jovem filantropo Mark Zuckerberg, a decisão desta doação foi anunciada na terça-feira, via Facebook, através de uma carta dirigida à filha, Maxima, que nasceu na semana passada. Num texto longo, o CEO explicou que a organização Chan Zuckerberg Initiative irá gerir os fundos que serão aplicados "no ensino, na cura de doenças, na conexão entre as pessoas e na construção de comunidades fortes", com o objetivo de "desenvolver o potencial humano e promover a igualdade".

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