Quando o sportinguista Ivkovic ganhou uma aposta a Maradona
14 de setembro de 1989. O Sporting visitou o Estádio San Paolo para defrontar o Nápoles de Maradona, em jogo da segunda mão da 1.ª eliminatória da Taça UEFA. O empate 0-0, quinze dias antes, em Alvalade não augurava nada de bom à equipa portuguesa, afinal pela frente tinha uma das mais fortes equipas italianas.
Só que a igualdade a zero manteve-se para além nos 90 minutos e no prolongamento. Era preciso encontrar a equipa apurada no desempate por penáltis. Foi então que entrou em ação o guarda-redes do Sporting, Tomislav Ivkovic, que ficou com uma história para toda a vida.
O antigo jogador croata contou-a na primeira pessoa ao DN em outubro de 2010. "Quando ele ia a marcar a grande penalidade, aproximei-me e disse-lhe: 'Queres apostar 100 dólares como defendo?' Ele aceitou, eu defendi e no final do jogo deu-me a camisola dele e os 100 dólares", revelou Ivkovic.
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O jogo acabou por sorrir aos napolitanos que venceram o Sporting, treinado por Manuel José, no desempate por penáltis, por 4-3. De nada valendo o remate falhado por El Pibe.
Só que a história de Ivkovic com Maradona teve outro capítulo, quase nove meses depois dessa tarde em Nápoles. A 30 de junho de 1990, em Florença, a Argentina e a Jugoslávia decidiam quem passava às meias-finais do Campeonato do Mundo, que se realizava em Itália.
Pois bem, o 0-0 manteve-se até final do prolongamento. Outra vez o desempate por penáltis e outra vez Ivkovic contra Maradona. Desta vez, em vez de uma aposta, houve uma espécie de provocação. "No Mundial 1990 defendi outro penálti dele. Voltei a provocar, dizendo: 'Cuidado, eu sei para onde vais marcar...', simulei que ia para o mesmo lado e atirei-me para o outro. Defendi dois penáltis de Maradona e perdi esses dois jogos", disse Ivkovic ao DN.
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Ao defender o penálti, Ivkovic festejou como se de um golo tratasse, mas no final quem se ficou a rir foi Maradona, que voltou a vencer o jogo e alcançou as meias-finais de um Mundial, do qual seria finalista vencido, aos pés da República Federal Alemã. Nessa noite, no Estádio Olímpico de Roma, as lágrimas de El Pibe correram-lhe pela face. Agora quem chora é o povo argentino que acaba de perder o seu maior ídolo futebolístico.