Quando Goya usou a arte para criticar Espanha

Oitenta gravuras do espanhol Francisco Goya estão no Terreiro do Paço, Lisboa. Produzidas na segunda metade da sua vida, com problemas de saúde, mostram um pintor crítico da sociedade espanhola.
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Sátira, ironia, crítica. Com as suas gravuras, realizadas na maioria na última fase da sua vida, já surdo, Goya morde os calcanhares aos poderes instituídos: Igreja e nobres são dois dos seus alvos. É o que contam estes trabalhos que podem agora ser vistos no Torreão Poente do Terreiro do Paço, em Lisboa. A exposição é uma iniciativa dos Objetivos do Milénio, da UNESCO.

Uma das metas traçadas em 2000 é a promoção da igualdade entre sexos e autonomia das mulheres, tema já abordado pelo artista no século XIX. Várias gravuras representam a cena da mulher jovem que se casa com um homem muito velho por causa de um dote que resolve os problemas financeiros da família.

Os vícios da sociedade espanhola do início do século XIX também estão na lista de temas abordados por Goya. "Tudo o que não é adequado e o interesse das pessoas por si mesmas", resume o responsável dos Objetivos do Milénio, Francisco de La Fuente.

Ciente do desconforto que estas águas-fortes podiam causar, uma das primeiras é oferecida ao próprio rei Carlos IV, de quem era pintor oficial. As reproduções eram vendidas numa loja do artista em Madrid.

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