Quando as misses perdem as suas coroas
Depois de ter sido coroada Miss America, em 1983, Vanessa Williams viu o título ser-lhe retirado das mãos. Isto porque, no ano seguinte, a revista Penthouse decidiu chocar o público ao divulgar fotografias da jovem de 21 anos, completamente nua, que tinham sido tiradas dois anos antes. Esta semana, 32 anos depois do escândalo, a atriz da série Betty Feia foi surpreendida com um pedido de desculpas oficial, que coincidiu com o anúncio do seu regresso ao concurso, como líder do painel de jurados.
O discurso foi feito pelo CEO Sam Haskell, durante uma emissão em direto no canal ABC, no domingo à noite, na qual foram anunciadas as concorrentes para o próximo ano. "Tenho sido amigo próximo desta linda e talentosa senhora nos últimos 32 anos". Olhando-a nos olhos, acrescentou: "Tens vivido a tua vida com graciosidade e dignidade e isso nunca foi mais evidente do que durante os eventos de 1984, quando renunciaste ao título. Apesar de nenhum de nós agora na organização ter estado envolvido, em nome da organização de hoje em dia, quero pedir desculpa por tudo o que foi dito e feito a ti e à tua mãe, Miss Helen Williams", sublinhou, emocionado, com o braço à volta de Vanessa. E concluiu: "Quero pedir desculpa por tudo o que foi fito e feito para te fazer sentir menos do que a Miss América que és e a Miss América que sempre serás".
Desde então, já várias aspirantes a Miss passaram pela mesma situação.Veja-se o caso de Tara Conner, Miss USA em 2006, que quase deixou escapar a coroa depois de serem noticiados os seus abusos de álcool e drogas. Mas ao contrário de Williams, Conner conseguiu manter-se na lista de vencedoras, graças ao pedido de desculpas que fez publicamente e à promessa de não voltar a cair na tentação.
Já Ashley Harder, que foi Miss Nova Jérsia em 2007, não teve a mesma sorte, uma vez que foi destronada depois de ser revelada a sua gravidez - segundo as regras do concurso, as concorrentes não podem estar grávidas, nem sequer ter filhos. Destaque-se ainda a Miss Califórnia de 2009, Carrie Prejean, que acabou por ser afastada das luzes da ribalta depois de lançar críticas ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Do lado de cá do Atlântico, escândalos também não faltam. Em 2004, Laetitia Bléger foi eleita Miss França, uma vitória que lhe escapou por entre os dedos depois de, no ano seguinte, ter posado nua para a Playboy francesa. Uns anos antes, em 2001, a representante do país no concurso Miss Universo, Elodie Gossuin, levantou suspeitas de ser transexual e foi afastada do título até ser provada, cientificamente, a sua femininidade.