"Quando acabei mandei um sms a um amigo a dizer: já o matei"

Margarida Rebelo Pinto revisita a vida de Mariana Alcoforado no seu novo romance, o 13.º. "Foi muito difícil", diz, numa viagem até Beja e ao convento onde soror conheceu o amante.
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A ideia de entrar na vida de Mariana Alcoforado é de 22 de outubro de 2014, a obra chegou da gráfica exatamente um ano depois, refere, com precisão, Margarida Rebelo Pinto. "Eu queria fazer outro histórico. Tinha feito o Minha Querida Inês [2011] que foi, depois do Diário da Tua Ausência [2006], o livro que mais gostei de escrever", conta. "Só que apercebi-me que a vida dela não era suficientemente rica para encher um romance histórico, com factos e acontecimentos e peripécias. A coisa mais relevante da vida dela são as cartas." Refere-se às Lettres Portugaises, publicadas em França em 1669, um êxito desde então.

Acresce, conta Margarida, que também queria escrever um romance contemporâneo. "Fiz um contemporâneo baseado em factos históricos". "O António [Lobato Faria, editor] disse-me: fazes o que queres e depois juntas a parte histórica". "Foi muito difícil. Fiquei muito contente quando cheguei ao fim".

Margarida Rebelo Pinto fala do seu mais recente romance, o 13.º, Mariana, Meu Amor, que acaba de editar e escreveu no que considera um tempo recorde: oito meses. "Quando terminei mandei um sms a um amigo a dizer "já o matei"", conta, sentada à mesa do restaurante Alcoforado, em Beja, onde no século XVII ficava a casa desta família, uma das mais abastadas da zona. Tão abastada que, como era tradição na época, entregou a segunda filha à igreja. Aos 11 anos, Mariana atravessou a rua e foi para o Convento da Conceição, hoje Museu Regional da cidade.

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